A eterna luta entre o poder público e parte da população que insiste em descartar lixo e resíduos em vias públicas parece não ter fim. A situação se torna mais evidente em períodos chuvosos, quando vários pontos das cidades ficam alagados e os bueiros, entupidos, não suportam os volumes de água e acabam causando tragédias a cada ano. A falta de consciência é tamanha que transforma em problema locais que foram projetados para ser solução.
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No portão principal, a situação é ainda mais grave. São toneladas de misturas entre lixo ogânico, móveis, eletrodomésticos, carcaças de animais e, mais grave, lixo altamente tóxico, como lâmpadas fluorescentes, que possuem, em grande quantidade, um componente químico muito perigoso à saúde: o mercúrio, um metal pesado e tóxico, cujo descarte, feito por empresas privadas, escolas, hospitais e órgãos públicos, deve seguir regras rigorosas. De acordo com Flávio Fernando Oliveira, sua empresa de reciclagem Ampla Minas recolhe, em média, 30 mil lâmpadas por mês, que são descontaminadas, os materiais separados (vidro e metal) e depois reciclados. A própria empresa busca as unidades no local, a um custo de 80 centavos por lâmpada.
Pouco mais à frente, próximo à trincheira do metrô, na confluência das avenidas Silviano Brandão, Andradas e Rua Felipe Camarão, a situação é ainda mais complicada.
De acordo com a Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte (SLU), de segunda-feira a sábado, período em que a URPV da Região Leste permanece aberta, são retiradas 63 toneladas de lixo. A maior parte é recolhida na segunda-feira, quando seis caçambas são preenchidas com o descarte, com auxílio de retroescavadeira.
*Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia.