Jornal Estado de Minas

Obras emergenciais fecham viaduto na Avenida Antônio Carlos por 40 dias

- Foto: Arte/EMApós quase quatro anos do episódio no qual parte do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou na capital mineira, o Viaduto Angola, entre os bairros Lagoinha e São Cristóvão, na Região Noroeste, será fechado para obras emergenciais. Será feita a substituição dos aparelhos de apoio de quatro pilares. Apesar de as autoridades cravarem que não há risco de queda da estrutura, a manutenção é vista como “necessária”. O Angola, com 87,79m de comprimento, inaugurado em 2010 pelo governo de Minas, como parte das obras de duplicação da Avenida Antônio Carlos, ficará interditado por 40 dias, entre as 22h e as 4h, a partir de hoje. O trânsito precisará ser alterado na região. A medida foi anunciada na manhã de ontem pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em coletiva à imprensa.


De acordo com a administração municipal, em uma vistoria periódica foi constatada a necessidade de substituir os pilares de apoio da estrutura do viaduto. Os aparelhos “são dispositivos que fazem a transição entre a superestrutura, a mesoestrutura e a infraestrutura de uma construção”. A utilização desses pilares é necessária porque quando duas peças estruturais se apoiam uma sobre a outra, elas podem girar ou deslizar uma em relação à outra.
Esses movimentos nem sempre podem ser absorvidos pelas peças e, por isso, é preciso um elemento intermediário entre elas – que é, justamente, esse aparelho de apoio.

Portanto, o uso dos aparelhos em vigas e pilares possibilita estabilidade durante uma movimentação natural na estrutura do viaduto. “Esse tipo de desgaste não é comum pelo período de uso do elevado. Não temos uma justificativa clara para o desgaste. O importante é que a troca é necessária e será feita”, afirmou a superintendente de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Beatriz de Moraes Ribeiro. Ela foi enfática: “Em momento nenhum, os especialistas falaram em risco de queda.”


Erros de cálculos no projeto, redução de material na construção da estrutura e dimensão indevida dos blocos de sustentação dos pilares foram os principais fatores apontados em laudo oficial do Instituto de Criminalística da Polícia Civil como determinantes para a queda da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, no Planalto, Região Norte de BH. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas no desastre.

Segundo a autoridade, as contas do Viaduto Angola foram refeitas e “não há erro de cálculo”. Ainda de acordo com Beatriz de Moraes, as vistorias dos elevados são rotineiras. Toda a reforma do Angola será feita pelo Consórcio Andrade Gutierrez/ Barbosa Mello – que construiu o equipamento – sem ônus para os cofres municipais e estaduais.


TRÁFEGO Serão feitas intervenções no trânsito e no transporte durante os 40 dias previstos para as intervenções no Viaduto Angola. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que, entre as 22h e as 4h o trânsito permanecerá interditado no viaduto. Os veículos deverão utilizar o Viaduto da República do Congo para passar de um lado ao outro da Avenida Antônio Carlos, entre os bairros São Cristóvão e Concórdia.


Durante o dia, haverá restrições no tráfego e agentes da autarquia vão orientar os desvios. O órgão explica que a obstrução será em cima do Angola, no sentido Concórdia/São Cristóvão. No sentido contrário, São Cristóvão/ Concórdia, a pista será liberada durante o dia (das 5h às 21h) e interditada à noite. Apenas veículos emergenciais e de operação policial vão poder circular.


Na primeira etapa dos trabalhos, de 20 dias, somente a pista lateral da Antônio Carlos, que leva à Praça São Cristóvão, será interditada.

Lá, será instalado o canteiro central de obras. Motoristas que precisarem alterar o sentido de circulação na Avenida Antônio Carlos devem utilizar o Viaduto República do Congo, próximo ao Conjunto Habitacional IAPI. Conforme o andamento da manutenção, outros trechos serão parcialmente interditados no entorno do viaduto.


Outros viadutos de BH já apresentaram problemas em sua estrutura. O Montese, que faz a ligação dos bairros Santa Branca e Itapoã, na Região da Pampulha, sobre a Avenida Pedro I, ficou mais de nove meses interditado em 2014 devido a uma dilatação de 27 centímetros. Já em 2015, a Sudecap teve que colocar aparelhos de apoio adicionais no Elevado Gil Nogueira, na Avenida Portugal, próximo à estação do Move Pampulha.


 
 
 
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