Portanto, o uso dos aparelhos em vigas e pilares possibilita estabilidade durante uma movimentação natural na estrutura do viaduto. “Esse tipo de desgaste não é comum pelo período de uso do elevado. Não temos uma justificativa clara para o desgaste. O importante é que a troca é necessária e será feita”, afirmou a superintendente de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Beatriz de Moraes Ribeiro. Ela foi enfática: “Em momento nenhum, os especialistas falaram em risco de queda.”
Erros de cálculos no projeto, redução de material na construção da estrutura e dimensão indevida dos blocos de sustentação dos pilares foram os principais fatores apontados em laudo oficial do Instituto de Criminalística da Polícia Civil como determinantes para a queda da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, no Planalto, Região Norte de BH. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas no desastre. Segundo a autoridade, as contas do Viaduto Angola foram refeitas e “não há erro de cálculo”. Ainda de acordo com Beatriz de Moraes, as vistorias dos elevados são rotineiras. Toda a reforma do Angola será feita pelo Consórcio Andrade Gutierrez/ Barbosa Mello – que construiu o equipamento – sem ônus para os cofres municipais e estaduais.
TRÁFEGO Serão feitas intervenções no trânsito e no transporte durante os 40 dias previstos para as intervenções no Viaduto Angola. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que, entre as 22h e as 4h o trânsito permanecerá interditado no viaduto. Os veículos deverão utilizar o Viaduto da República do Congo para passar de um lado ao outro da Avenida Antônio Carlos, entre os bairros São Cristóvão e Concórdia.
Durante o dia, haverá restrições no tráfego e agentes da autarquia vão orientar os desvios. O órgão explica que a obstrução será em cima do Angola, no sentido Concórdia/São Cristóvão. No sentido contrário, São Cristóvão/ Concórdia, a pista será liberada durante o dia (das 5h às 21h) e interditada à noite. Apenas veículos emergenciais e de operação policial vão poder circular.
Na primeira etapa dos trabalhos, de 20 dias, somente a pista lateral da Antônio Carlos, que leva à Praça São Cristóvão, será interditada. Lá, será instalado o canteiro central de obras. Motoristas que precisarem alterar o sentido de circulação na Avenida Antônio Carlos devem utilizar o Viaduto República do Congo, próximo ao Conjunto Habitacional IAPI. Conforme o andamento da manutenção, outros trechos serão parcialmente interditados no entorno do viaduto.
Outros viadutos de BH já apresentaram problemas em sua estrutura. O Montese, que faz a ligação dos bairros Santa Branca e Itapoã, na Região da Pampulha, sobre a Avenida Pedro I, ficou mais de nove meses interditado em 2014 devido a uma dilatação de 27 centímetros. Já em 2015, a Sudecap teve que colocar aparelhos de apoio adicionais no Elevado Gil Nogueira, na Avenida Portugal, próximo à estação do Move Pampulha.