Novos casos de febre amarela passam a preocupar ainda mais as autoridades de saúde de Minas Gerais em relação a doença. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou nesta terça-feira que está investigando as notificações de 11 pessoas vacinadas e que tiveram resultado de exames positivos para a moléstia. Ao todo, já são 264 confirmações da enfermidade, com 96 mortes. Ainda estão em apuração 589 casos.
Os casos das 11 pessoas que têm histórico de vacinação e que exames confirmaram a febre amarela estão sendo analisadas por uma comissão da Secretaria de Estado de Saúde (SES), com participação de técnicos do Ministério da Saúde. Estão sendo levantadas, segundo a pasta, “informações clínicas e epidemiológicas fundamentais para a conclusão dos casos”. Esses pacientes têm idade entre 7 e 47 anos. Sendo que a maioria, 63,7%, são homens.
Mesmo com a investigação deste caso, a SES recomenda a imunização dos moradores para evitar o contágio da doença. “Cabe ressaltar que a eficácia da vacina contra a febre amarela é de 95% a 98%, sendo considerada altamente eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus. Como medida adicional, para a população mais exposta à circulação do vírus, recomenda-se também a utilização de repelente como medida de proteção individual”, disse a SES.
O número de casos confirmados da febre amarela em Minas Gerais aumenta a cada semana. Em apenas sete dias, 42 novas confirmações foram incluídas no balanço da SES/MG. Também teve alta nas mortes, saindo de 86 para 96. A letalidade está em 36,4%. Ainda são investigados 589 notificações, dentre elas, 28 mortes. No período de monitoramento 2016/2017, foram registrados 475 casos, sendo que destes, 162 pacientes morreram. O último caso confirmado teve início dos sintomas no dia 09 de junho de 2017.
Entre os casos confirmados na temporada 2017/2018 está o do médico e professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rodrigo Bastos Fóscolo, está com febre amarela. O professor segue internado no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde se recupera de um transplante de fígado, realizado nessa segunda-feira.
Segundo a SES/MG, local da possível infecção é em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quando o caso do médico veio à tona, foi levantada a suspeita que ele tinha contraído a doença mesmo tendo sido vacinado. Porém, o caso ainda é investigado. “Até o momento não foi apresentada comprovação de histórico vacinal para a vacina contra a febre amarela, assim, portanto, o paciente não é considerado vacinado contra a doença”, completou a Secretaria.
Cobertura vacinal
A cobertura vacinal em Minas Gerais vem aumentando, mas ainda não atingiu a meta. Dados da SES mostram que 89,82% da população já recebeu as doses da vacina. Para chegar a porcentagem ideal, a estimativa é que mais de 2 milhões de moradores mineiros ainda precisam ser imunizados. A faixa etária que menos recebeu a vacina é entre 15 e 59 anos, justamente a mais atingida pela epidemia da temporada 2016/2017. Atualmente, 26% dos 853 cidades do território mineiro ainda não alcançaram 80% da cobertura vacinal. Outros 34,5% tem entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados. Acima da meta de 95% estão 336 municípios.