Jornal Estado de Minas

'Alguns sentiram falta de ar', diz testemunha de incêndio em prédio no Centro de BH


As causas do incêndio que atingiu um prédio no cruzamento das avenidas Amazonas e Afonso Pena, na Praça Sete, no coração do Centro de Belo Horizonte, ainda serão investigadas. O fogo começou no 18º andar do edifício Dantês, onde funciona uma escola de segurança. A suspeita é que as chamas tiveram início devido ao uso de solda durante uma reforma. No momento, alunos participavam de treinamentos. “Percebemos muita fumaça”, afirmou Weuler Ferreira de Alcântara, de 29 anos, servente que está no curso de vigilante. Na ocorrência, 13 pessoas precisaram de atendimento médico.



As chamas tiveram início por volta 11h30. Um tumulto foi registrado no local com pessoas desesperadas.

O Corpo de Bombeiros chegou no local e interditou o trânsito no sentido Praça da Estação/ Avenida Amazonas. “Quando chegamos ao local, identificamos um grande tumulto de pessoas. Rapidamente fizemos o isolamento de quase todo o quarteirão, para segurança das pessoas e subimos para averiguar. Isolamos quatro andares abaixo onde supostamente teria o incêndio”, afirmou o tenente Felipe Britz.

No andar onde inciou o incêndio, funciona uma escola de segurança. No momento da ocorrência, vários alunos faziam curso. “Estava no mesmo andar e percebemos a fumaça.
A orientação dos nossos instrutores e professores da escola mineira é sempre indicar aquele que está mais calmo, para  encaminhar as outras pessoas a descerem e saírem do local. Para resguardar a segurança e a integridade física de cada um”, disse Weuler Alcântara.

Segundo ele, algumas pessoas se sentiram mal. “Na hora de aproximar para ver se tinha mais alunos, vi que não dava para chegar, inalei pouca coisa e desci na companhia de outras pessoas. Alguns alunos sentiram um pouco de falta de ar, outros sentaram aqui recuperando o fôlego. Até mesmo por causa do desespero que bate”, concluiu.

Quando os militares do Corpo de Bombeiros chegaram no andar, o fogo já tinha sido extinto por brigadistas e funcionários do local. Mesmo assim, algumas pessoas precisaram de atendimento médico.
“Nós tivemos um total de 13 pessoas necessitando de atendimento. Destas, três apresentaram queimaduras, algumas de 1º grau, mas sem nenhum dano, aparente, maior à saúde.  As outras 10 foram levadas por terem inalado bastante fumaça”, contou o tenente Britz. As vítimas foram levadas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Leste e Centro-Sul, e Hospital João XXIII.

Interdição

O Corpo de Bombeiros acionou a Defesa Civil para fazer uma avaliação no andar onde aconteceu o incêndio. O local acabou sendo interditado preventivamente. “Não foram identificados danos aparentes na estrutura e nenhum dano considerável. Porém, essa interdição é preventiva para que a amanhã (quinta-feira) a Defesa Civil vai retornar e fazer uma nova avaliação para ver se será uma interdição parcial ou total”, concluiu o tenente.

As causas ainda estão sendo apuradas. A suspeita maior do Corpo de Bombeiros é que tenha sido causada devido ao uso de solda. Jardel Monteiro, professor da escola de 34 anos, confirmou a versão.
“Estava tendo um procedimento de manutenção no estande de tiro, no 18º andar, e o rapaz responsável pela obra estava usando uma solda e aí começou o incêndio”, explicou. A escola de segurança funciona no 17º e no 18º andar do edifício e, no momento do incêndio, 45 alunos estavam no local.“A escola é 100% regular na Polícia Federal e é a primeira vez que acontece esse fato. São dois andares e só tinham alunos em duas salas do 17º andar”, disse Jardel Monteiro..