Os professores e trabalhadores da rede estadual de ensino vão cruzar os braços em 8 de março. No mesmo dia, será discutido os rumos do movimento. A paralisação foi acertada durante reunião realizada nesta quarta-feira no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O indicativo de greve já tinha sido aprovado anteriormente pela categoria.
De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) o Governo de Minas descumpriu dois reajustes do piso salarial e o acordo com os servidores das Superintendências Regionais de Ensino. A categoria também protesta contra o parcelamento do pagamento do 13º salário e adiamento do ano escolar.
Em 19 de fevereiro, os professores também ameaçaram uma paralisação no retorno de aproximadamente dois milhões de estudantes da rede estadual. O principal motivo é a mudança do calendário escolar. Com as novas datas, o ano letivo, que terminaria em 14 de dezembro, agora segue até o dia 18 daquele mês. Na época da alteração, a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Augusta Mendonça, afirmou que a reorganização visa otimizar os processos de distribuição de turmas e cargos nas instituições de ensino e outras medidas necessárias para garantir um início das atividades com mais tranquilidade nas unidades, sem a interrupção que ocorreria com o recesso de carnaval.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) afirmou que acompanha
o andamento da paralisação da categoria realizada nesta quarta-feira. A pasta informou que, até 15h, 408 escolas (11,8%) informaram que paralisaram suas atividades e 1.789 (51,7%) funcionaram normalmente. O restante das unidades ainda não informou à Secretaria se aderiu ou não ao movimento.
“Nesta segunda (27.02), representantes da SEE se reuniram com dirigentes sindicais, quando entregaram respostas formais às reivindicações dos trabalhadores. As negociações continuam nos próximos dias”, afirmou. “A SEE reitera que o Governo de Minas Gerais está empenhado em cumprir o acordo assinado com a categoria em 2015, do qual podemos destacar vários pontos que já foram implementados. Os reajustes salariais concedidos por esta gestão representam um aumento de 46,75% na remuneração dos professores e demais carreiras da rede estadual. Em janeiro de 2015, quando o governador Fernando Pimentel assumiu, os Professores de Educação Básica recebiam um salário inicial de R$ 1.455,33. Hoje, a remuneração inicial do professor é de R$ 2.135,64”, informou a pasta.
Sobre a correção dos salários, a SES informou que “o Governo está impedido de remeter o projeto de lei à Assembleia Legislativa em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal, por ter ultrapassado o limite prudencial de gasto com pessoal”. Por último, disse que a reorganização do calendário escolar não teve motivação financeira e “visou otimizar os processos de distribuição de turmas e cargos nas escolas e outras medidas necessárias para garantir um início das atividades com mais tranquilidade nas unidades escolares, com o quadro de pessoal completo”, finalizou.