Uma cena que se repete a cada pancada de chuva na capital mineira. Ontem, mais uma queda de árvore atingiu e danificou um veículo, no cruzamento da Rua Timbiras com a Avenida João Pinheiro, na Região Centro-Sul. A ocorrência foi a cerca de 50 metros de onde, em 2 de outubro de 2017, uma tripla palmeira despencou sobre um táxi, matando o motorista Fábio Teixeira Mageste, de 35 anos. Dessa vez, por centímetros, os ocupantes do carro escaparam da morte, mas com lesões leves. Somente em fevereiro deste ano, a Defesa Civil de Belo Horizonte registrou 10 casos do tipo, além de 45 chamados de vegetação com risco de cair.
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O empresário e seu sócio, Fábio Basilone, de 50, sofreram lesões leves. Geraldo teve cortes superficiais no rosto, que teriam sido causados pelo impacto do air-bag. Já Fábio contou que sentia dor lombar e no pescoço.
Porém, ao fazer uma reflexão sobre o acidente, depois de lembrado sobre a ocorrência que matou o taxista, o empresário demonstrou indignação. “Isso ocorre pelo descaso das autoridades, que não se preocupam com o cidadão. Arrecadam impostos e mais impostos e não aplicam a favor da coletividade, apenas para interesses próprios. De que adianta a cidade ter um inventário sobre todas as árvores e não tomar qualquer providência para evitar coisas desse tipo?”, contestou.
A advogada Bruna Villas Boas, de 34, também era pura indignação.
NOTA OFICIAL Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) informou que, de acordo com análise feita pelos técnicos da Prefeitura de Belo Horizonte que estiveram no local, a árvore não apresentava risco aparente. “Visivelmente, a espécie não apresentava indícios de que estava doente. No entanto, após a queda, verificou-se que ela estava oca. Uma análise mais profunda será realizada pela PBH para detectar as causas da queda”, disse a nota.
MEMÓRIA
O “inventário das árvores”
Em 2015, numa ação pioneira, a Prefeitura de Belo Horizonte fez um estudo completo sobre as árvores da capital, que são apontadas como patrimônio da “cidade jardim”. Foram catalogados mais de 480 mil exemplares do tipo murtas, sibipirunas, castanheiras, ficus-benjamim, bauhinia, areca, resedá, mangueira, goiabeira, leucena, alfeneiro, oiti e magnólia, além dos cerca de oito mil ipês. O projeto, denominado “BH Mais Verde”, da gestão anterior da prefeitura, tinha entre os objetivos o controle das árvores do município, com análise pormenorizada de cada uma delas, com checagem de 56 itens. Da raiz até a folhagem, tudo era avaliado e inserido em um banco de dados..