Congonhas – Passados 95 dias desde o único e malsucedido teste de sirene de alerta da Barragem Casa de Pedra, em Congonhas, foi cancelada a reunião que ontem redefiniria as tarefas do Plano de Ação Emergencial de Barragens de Rejeito de Mineração do empreendimento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
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A população segue apreensiva, sem saber quando receberá instruções de como proceder caso se rompa a estrutura que ameaça três bairros (Cristo Rei, Residencial e Lucas Monteiro), onde vivem cerca de 4.800 pessoas. Ainda conforme a Asapec, uma outra data será marcada. A barragem de 84 metros de altura comporta quase 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.
Desde 2013, o caso acumula três inquéritos no Ministério Público (MP). Dois procedimentos ainda estão ativos. Um sobre o alteamento e outro referente à estabilidade do chamado Dique de Sela. Em 2016, a estrutura de contenção apresentou infiltrações e sua estabilidade preocupava.
Em novembro, o Estado de Minas revelou que a situação era tão grave que a Cedec e o Corpo de Bombeiros traçavam um plano de evacuação. Em dezembro, a CSN entregou documentos ao MP, atestando a estabilidade do empreendimento e detalhando ações de retirada emergencial.
Na terça-feira, a reportagem do EM mostrou que o laudo inicial emitido pelo MP levava em consideração essencialmente as declarações da empresa e que um parecer crítico, com avaliações e conferências técnicas, deve ser finalizado somente neste mês, após o período chuvoso que é o mais arriscado para esse tipo de estrutura.
No Bairro Residencial, onde há mais pessoas expostas, incluindo uma escola municipal e uma creche (juntas atendem 300 crianças), há desinformação sobre os procedimentos de evacuação, ainda que CSN e Comdec afirmem ter repassado “noções básicas de emergência” ou “noções básicas de abandono de área”.
A aposentada Diva de Paula, de 68 anos, mora numa casa a cinco metros da creche com uma filha e um neto.
Outra moradora desse que é um dos bairros mais vulneráveis, a dona de casa Sandra Raquel da Silva Carvalho, de 23 anos, com uma filha de 2 anos, critica o teste de 26 de novembro. Na oportunidade a sirene que existe sobre a região dos três bairros falhou. “Aqui (Bairro Residencial) quase não dava para ouvir.
Se o treinamento é um problema, as sirenes também preocupam. A do Bairro Lucas Monteiro é a única responsável por alertar os moradores dos três bairros. As quatro demais se encontram muito afastadas. Uma delas, a quatro quilômetros das áreas densamente habitadas, fica no alto de um pasto..