Militares do Corpo de Bombeiros interditaram ontem pelo menos cinco salas em dois andares do Edifício Dantês, no Centro de Belo Horizonte, ao constatarem situação de risco. Na quinta-feira, um incêndio no último andar, numa escola de formação de profissionais de segurança privada, deixou três pessoas com queimaduras leves. Por causa da inalação de fumaça, 13 tiveram de ser atendidas por equipes médicas. Um curto-circuito no estande de tiros do estabelecimento teria provocado as chamas.
“Esta é uma edificação da década de 1960. Os degraus da escadaria têm 1,17m de largura. Com base na medida, o limite é de 120 pessoas por andar. Mais do que isso representa risco em caso de necessidade de evacuação, como foi no recente incêndio. A interdição de duas salas no 18º andar e três no 17º é uma forma de limitar atividade do estabelecimento para atender o que o edifício permite”, destacou o tenente.
De acordo com o oficial, além das interdições nos dois andares hoje serão realizadas vistorias num estabelecimento de ensino no 15º e 11º pavimentos. Se constatado que o volume de pessoas durante as atividades das escolas supera a 120, ocorrerão interdições pontuais.
Fulgêncio deixou claro que as intervenções não têm relação com o fato de o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) do prédio estar vencido. “São situações diferentes, já que entre 2009, quando venceu o AVCB, e 2016 foram aplicadas todas as medidas administrativas permitidas pelo não atendimento dos procedimentos de segurança previstos”, explicou. A situação irregular do condomínio é alvo agora de análise do Ministério Público, que pode entrar com uma ação pelo descumprimento das regras.
Ricardo Musso, coordenador de ensino da escola, disse que vai aguardar as orientações dos Bombeiros para se adequar e poder desinterditar as salas. Ele acrescentou que todos os cuidados sempre foram observados, com adoção das medidas preventivas. “Tivemos um incêndio no nosso estande de tiros, controlado por nossa brigada. Sempre nos pautamos por oferecer um ambiente seguro, mesmo porque o exercício da nossa atividade é fiscalizado pela Polícia Federal, que renovou nossa licença no mês passado”, afirmou.