A participação de uma organização criminosa no esquema de venda de crianças por meio das redes sociais está sendo investigada pela Polícia Civil. A suspeita foi levantada depois que uma mulher confessou que fez uma negociação para entregar o filho mediante o pagamento de uma 'recompensa'. O caso foi desvendado nessa terça-feira depois que a mãe se arrependeu e comunicou diretores de um hospital em Contagem, na Grande BH, sobre a sua intenção.
Ainda no hospital, a mãe da criança contou detalhes de como aconteceu a negociação ao delegado Christiano Xavier, responsável pelas diligências iniciais do caso. Segundo a Polícia Civil, ela informou que é moradora de uma cidade vizinha a Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais. Quando descobriu a gravidez, contou que foi para Contagem, pois a família não sabia da gestação.
O crime foi descoberto nessa terça-feira. De acordo com a Polícia Militar, um dos suspeitos chegou no hospital onde a jovem estava internada e se identificou como pai da criança. O hospital estranhou porque geralmente pais sobem ao apartamento, não pedem informações sobre estado de saúde do filho na portaria. Funcionários da maternidade indagaram a mãe, internada em um leito da unidade, sobre quem era o visitante, e ela acabou confessando que negociava a criança.
Segundo a Polícia Civil, três pessoas foram detidas, sendo uma mulher suspeita de ser a intermediadora e um casal, que seria interessado na compra do bebê. Todas elas são moradoras do Rio de Janeiro. O delegado responsável pelo caso iniciou as diligências iniciais, como o depoimento da mãe da criança. Os outros envolvidos serão ouvidos ainda hoje na delegacia.
Mesmo tendo desistido da venda e denunciado, a mãe da criança vai responder pelo crime previsto no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por “prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”, a pena é de um a quatro anos de reclusão e multa. As outras três pessoas também respondem pelo mesmo crime.