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Rafael sentiu na pele o risco das chuvas da madrugada quando estava dormindo ontem, por volta das 4h, e escutou um barulho estranho.
Sem o muro e com o deslizamento, a casa de Rafael ficou bem perto do barranco, aumentando o perigo para ele, a mulher, o filho e a sogra, que moram no imóvel. “Se o barranco puxa minha casa poderia ter sido uma tragédia. Quando você está dormindo não tem como correr, então poderia ter sido muito pior”, afirma Rafael, que foi para a casa da mãe, já que seu imóvel foi completamente interditado. Além da casa de Rafael, a Defesa Civil interditou totalmente outra casa e parcialmente um terceiro imóvel, todos próximos no alto do barranco.
O coronel Alexandre Lucas, subsecretário de Proteção e Defesa Civil de BH, destaca que o perfil das chuvas que Belo Horizonte está experimentando em fevereiro e março liga o alerta para possibilidades de desastres. “O acúmulo de água no solo e a deficiência nos sistemas de drenagem de muros aumentam o risco de deslizamentos e desabamentos”, diz ele. Nesse contexto, a ocorrência maior de chuvas na madrugada é mais um fator que pode transformar uma ocorrência em tragédia. “Como as pessoas estão dormindo, elas não têm capacidade de avaliar e perceber o risco. Em caso de deslizamento, a possibilidade de danos humanos é muito grande”, afirma.
A principal orientação neste período de chuvas intensas é que as pessoas deixem imóveis em situação de risco na cidade.
METEOROLOGIA A concentração de temporais nas madrugadas não é um fenômeno tão comum para o mês de março, segundo o meteorologista da Defesa Civil Dayan Diniz de Carvalho. Porém, as condições típicas do verão, como alta energia na atmosfera e fluxo de umidade, favorecem a formação de nuvens de chuva, que pode ocorrer a qualquer hora do dia. “Esse acúmulo de energia ocorreu nos últimos dias ao longo de toda a tarde e por isso reuniu condições para as chuvas de noite e nas madrugadas”, afirma. No caso dos últimos dois dias, condições específicas de Belo Horizonte, como a topografia, podem ter influenciado, conforme o meteorologista.
Na quarta-feira, por exemplo, por volta das 19h o céu estava estrelado. Mas a partir das 20h30, um sistema de nuvens que vinha de Catas Altas (Região Central) ganhou força devido às condições meteorológicas. “Essas nuvens muitas vezes permanecem na atmosfera e se desgarram do sistema principal, ganhando energia e por isso coincidentemente provocaram chuvas na madrugada ao passar pela Serra do Curral”, acrescenta Dayan. Ainda segundo o meteorologista, o perfil se mantém hoje e no fim de semana, com predomínio de sol e calor, mas com a possibilidade de chuvas típicas do verão, inclusive nessa madrugada. As chuvas devem aparecer de forma moderada a forte, de curta duração e localizadas em pontos específicos.
Enquanto isso...
...Alertas via celular
Uma das apostas da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil de Belo Horizonte para tentar alertar em tempo real a ocorrência de chuvas, principalmente para moradores de áreas de risco, é o uso das redes sociais. O órgão tem perfis no Telegram, com 1.608 usuários, no Facebook, com 18.738 seguidores e no Twitter, com 74.828.
De olho no céu
Chuva em março em BH, por regional, até as 6h de quinta-feira (valores entre parênteses indicam percentual em relação à média histórica)
Barreiro 174mm (106%)
Centro-Sul 199,7mm (122%)
Leste 196,8mm (120%)
Nordeste 197,2mm (121%)
Noroeste 196,6mm (120%)
Norte 141,6mm (87%)
Oeste 242,8mm (149%)
Pampulha 117,2mm (72%)
Venda Nova 114,4mm (70%)
Média histórica: 163,5mm
Chuva nas madrugadas (entre a 0h e as 6h) de março, por região, até 6h de ontem (entre parênteses, percentual em relação à precipitação total na região):
Barreiro 52,4mm (29,88%)
Centro Sul 78,8mm (39,45%)
Leste 80mm (40,65%)
Nordeste 95,2mm (48,27%)
Noroeste 46,8mm (23,80%)
Norte 91,6mm (64,68%)
Oeste 97,8mm (40,28%)
Pampulha 73,2mm (62,45%)
Venda Nova 78mm (68,18%)