Após a deflagração da greve dos professores da rede estadual de Minas Gerais, cerca de 20% das 3.653 escolas do estado registraram algum tipo de efeito por conta da paralisação que começou na quinta-feira. A informação é do secretário de Estado de Educação em exercício de Minas, Wieland Silberschneider, que acredita que a negociação com a categoria será resolvida sem maiores tensionamentos ao longo dos próximos dias.
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Professores da rede estadual prometem paralisação nesta quinta-feiraEm greve, professores estaduais terão reunião no Ministério Público de Minas GeraisGreve dos professores estaduais já atinge 30% das escolas mineirasGreve de professores continua por tempo indeterminadoProfessores em greve fecham rodovias e se reúnem na ALMGO secretário de Educação em exercício reconhece que as atualizações previstas no salário dos professores em 2017 e 2018 estão atrasadas, com base no acordo de 2015, mas afirma que a situação financeira do estado não permite que esse compromisso seja assumido este ano. Além disso, o titular da pasta sustenta que Minas Gerais já alcançou 49,9% de despesas com relação à receita líquida do estado, o que impede o envio de qualquer projeto de lei à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que estipule aumento de servidores, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. “É legítimo que o sindicato demande uma data firme para o cumprimento de um acordo. Entretanto, é preciso que seja igualmente validado o reconhecimento da volta completa de condições financeiras para se estabelecer essa data”, diz Wieland Silberschneider.
Enquanto as partes não entram em acordo, o governo promete pagar em oito meses (de abril a dezembro) a atualização referente aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2016, pois o pagamento daquele ano foi feito a partir de abril, data em que a Lei 21.710 foi aprovada na ALMG.
ENTENDA O CASO
Historicamente, os professores mineiros lutam por uma valorização que leve em consideração o valor do piso nacional estipulado para a categoria. Em 2015, depois de anos em embates com os governos anteriores, inclusive com uma greve de 112 dias em 2011, a categoria celebrou acordo com o governo Fernando Pimentel (PT). Naquela ocasião, segundo a Secretaria de Estado de Educação, a remuneração inicial da carreira para uma jornada de 24 horas era de R$ 1.455, contra um piso nacional de R$ 1.917. Atualmente, o salário inicial é de R$ 2.135, enquanto o piso aplicado no país é de R$ 2.455.