Jornal Estado de Minas

Avanço da febre amarela faz mais uma cidade mineira decretar situação de emergência


O número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais devido ao avanço da febre amarela não para de crescer. Desta vez, Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, entrou para a lista. O prefeito Bruno Siqueira (PMDB) usou as redes sociais para informar sobre o decreto. A ajuda será necessária para o atendimento de pacientes que chegam ao município vindo de comunidades vizinhas. Neste ano, 18 casos foram registrados da doença no local e cinco pessoas perderam a vida.

Nas redes sociais, o prefeito informou que a cobertura vacinal em Juiz de Fora já bateu a meta de 95%. Atualmente, está em 99%. Mesmo assim, precisa de ajuda para atender os pacientes que chegam ao município.
Já que é cidade pólo de saúde da região. “Diante da busca de tratamento por cidadãos de toda a região da Zona da Mata mineira em nossa cidade, decidimos, junto ao Governo do Estado, decretar situação de emergência para Febre Amarela no nosso município. O decreto permite ações integradas em todas as secretarias de forma mais rápida à população e beneficia o atendimento a moradores de mais de 100 cidades da região. A medida acompanha a decisão da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais que emitiu o mesmo decreto em cinco regionais de todo o estado”, afirmou.

Com o decreto de emergência, a prefeitura pode adotar medidas administrativas para a contenção da doença, como aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços e de pessoal de forma emergencial por tempo indeterminado. Minas Gerais também já decretou emergência em 162 cidades. Em 20 de janeiro, o governo já tinha anunciado a medida para 92 municípios, das regionais de Saúde de Belo Horizonte, Itabira e Ponte Nova.
Porém, dias depois publicou outro documento, que aumentou mais 68 comunidades, que fazem parte das áreas das regionais de Juiz de Fora e Barbacena foram incluídas.

Mosquito

Outra preocupação com a febre amarela no município são os vetores da doença. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram encontrados, entre 23 e 29 de janeiro, 202 exemplares de mosquitos “com potencial transmissão da febre amarela” em Juiz de Fora, e 261 exemplares em Belmiro Braga. Foram encontrados insetos que transmitem o ciclo silvestre da doença, como os da espécie Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus e Psorophora ferox. “Verificamos a presença de exemplares de Haemagogus janthinomys positivos para o vírus da febre amarela em Juiz de Fora, indicando que o município apresenta apenas o ciclo de transmissão silvestre da doença, ainda que os casos tenham sido registrados na área delimitada como ‘urbana’. Além disso, esse achado evidencia o risco de transmissão dentro do município, mostrando a importância da realização das medidas de prevenção e controle da febre amarela”, indicou a SES por meio de nota técnica.

Casos em Minas Gerais

Pela segunda temporada consecutiva, Minas Gerais rompeu a barreira da centena de mortes em decorrência da febre amarela. No período de monitoramento compreendido entre julho de 2017 até 6 de março, 108 pessoas perderam a vida depois de contrair o vírus da doença no território mineiro.
O total de pessoas infectadas já chega a 320. Todos os casos foram registrados a partir de dezembro. A situação pode ser pior. A Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG) ainda investiga 624 notificações. Na temporada anterior da doença – monitorada até junho de 2017 –,  houve 475 casos da enfermidade, com 162 mortes. .