Uma equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) vai fazer, na manhã desta terça-feira, um sobrevoo pela região afetada pelo rompimento de um mineroduto da Anglo American em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata. O objetivo é fazer uma coleta de dados, como registros fotográficos, coordenadas geográficas e avaliar a extensão do dano. Uma nota será encaminhada no fim desta manhã com o resultado dessa ação.
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Responsável pela fiscalização do empreendimento, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) afirma que, com base em informações iniciais, o rompimento não despejará substâncias tóxicas no Rio Santo Antônio, afetado pelo vazamento. “A polpa de minério (mistura de minério de ferro com água para facilitar o escoamento pelo mineroduto) vazada não possui entre seus componentes substâncias químicas ou tóxicas”, disse o Ibama, por meio de nota. Uma equipe do Núcleo de Emergências Ambientais do órgão foi enviada ao local e, segundo a nota, somente após a vistoria, poderá avaliar as consequências ao meio ambiente e emitir eventuais sanções administrativas.
De acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o Ribeirão Santo Antônio tem 21 quilômetros de extensão e é um afluente da margem direita do Rio Casca e, portanto, um subafluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Segundo a Semad, a pluma de contaminação deve atingir o curso d’água no município de Rio Casca. “A Anglo American está monitorando a qualidade da água superficial em 10 pontos no ribeirão Santo Antônio, até o Rio Casca, abaixo do ponto de captação da Copasa. Também está sendo realizado o acompanhamento dos sedimentos em 30 pontos no Ribeirão Santo Antônio. Foram colocadas barreiras no ribeirão Santo Antônio a fim de conter o material que está depositado no curso d’água”, informou, por meio de nota, no início da noite.
Mais cedo, a direção da Anglo American informou que, por volta das 7h40, identificou um problema no mineroduto que transporta sua produção de minério de ferro de Minas Gerais ao Rio de Janeiro em um ponto na área rural de Santo Antônio do Grama. Segundo a empresa, a extensão e a causa do acidente ainda estão sendo avaliadas.
A advogada Joana Cegala, de 43 anos, moradora de Santo Antônio do Grama, disse que a população não foi informada sobre a dimensão do problema. “A informação de que o abastecimento de água seria interrompido chegou para nós de manhã, mas não disseram mais nada”, conta.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho.