A greve dos professores estaduais de Minas Gerais ganham cada vez mais adeptos. Dados da Secretaria de Estado de Educação (SEE) mostram que 30% das escolas paralisaram total ou parcialmente suas atividades. Na última semana, a paralisação atingia 20% das instituições de ensino. Nesta quinta-feira, os educadores se reuniram no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e decidiram manter a greve. Protestos também foram registrados em estradas.
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Greve de professores continua por tempo indeterminadoProfessores em greve fecham rodovias e se reúnem na ALMGGreve dos professores tem efeitos em 20% das escolas de Minas GeraisEm greve há quase um mês, professores da rede estadual de Minas decidem manter paralisaçãoEm greve, professores estaduais terão reunião no Ministério Público de Minas GeraisA categoria alega falta de proposta do governo com relação ao cumprimento do acordo salarial estipulado entre os professores e o governador Fernando Pimentel (PT) em 2015. Esse acordo estipulava três atualizações nos salários (2016, 2017 e 2018), além do pagamento de abonos, para que este ano a categoria equiparasse os vencimentos mínimos por uma jornada de 24 horas ao piso nacional aplicado no Brasil. Além disso, o sindicato também questiona o parcelamento dos salários, do 13º salário, a ausência de repasses para o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), passivos da carreira, férias-prêmio para quem aposentou, entre outros problemas.
Por meio de nota, a SEE, informou que representantes do Governo e da pasta se reuniram com representantes da categoria nas últimas semanas para continuar as negociações. “Em reunião realizada na manhã do dia 08.03 com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), o Governo de Minas Gerais reiterou o seu compromisso em valorizar os trabalhadores da Educação e cumprir o acordo assinado em 2015 em sua totalidade, mas deixou clara a dificuldade em atender parte das reivindicações em virtude da precária situação financeira do Estado e das restrições legais. Importante destacar que o Governo respondeu formalmente as 88 reivindicações apresentadas para a campanha salarial 2018”, afirmou a secretaria.
Ainda no documento, a pasta informou que no encontro o Governo assumiu fazer o pagamento em oito parcelas do saldo da correção do Piso Nacional de 2016, referente aos meses de janeiro a março de 2016, a partir de abril de 2018, retomar as nomeações de novos servidores para a Educação, até o total de 60 mil, conforme acordo, e o compromisso com a implantação do Piso Nacional do Magistério.
“Outros compromissos foram estabelecidos, como a publicação, ainda no mês de março, das Resoluções de Flexibilização de horários das Superintendências Regionais de Ensino (SREs), de férias prêmio das SREs e a Regulamentação da Lei nº 22.623, que estabelece medidas e procedimentos para os casos de violência contra profissionais da educação ocorridos no âmbito das escolas públicas estaduais. Outra medida é a regularização do pagamento dos Hospitais e Prestadores de Serviço pelo IPSEMG até abril de 2018”, finalizou a secretaria de educação.
Protestos
Professores em greve fizeram manifestações nesta quinta-feira. Três pontos de duas rodovias mineiras foram interditados. Na BR-040, dois trechos foram fechados Segundo o sindicato da categoria, os atos aconteceram no km 8, altura do Bairro Guanabara, em Contagem, na Grande BH. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também interditou o trecho do km 524, na saída para Brasília, no sentido Belo Horizonte, devido ao protesto.
A categoria também se concentrou na BR-381, no km 451, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Protesto iniciou por volta de 7h e, segundo a PRF, a rodovia ficou interditada por cerca de 30 minutos.
No fim da tarde, após manterem a greve por tempo indeterminado, os professores seguiram em passeata do pátio da Assembleia Legislativa em direção à Praça da Liberdade, onde manifestaram em frente ao Palácio da Liberdade. .