O risco de rompimento de duas barragens de rejeito de minério em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, classificado como “iminente” pelo Ministério Público estadual, se traduziu em grande movimentação de técnicos e máquinas nas estruturas, mas também aumentou o medo entre moradores que vivem abaixo das represas ameaçadas. Na sexta-feira, como o Estado de Minas noticiou, a Justiça concedeu liminar ao MP decretando a interdição de lançamentos nos dois reservatórios e obrigando a Minérios Nacional, mineradora do grupo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a garantir em até 15 dias a estabilidade das represas, chamadas B2 e B2-Auxiliar, por apresentarem instabilidade e até vazamentos, segundo o MP. “A gente escuta falar que as barragens podem estourar no alto da serra e, se isso acontecer, temos medo de uma nova Mariana, já que o córrego das barragens passa a 50 metros de onde a gente mora”, desabafa a caseira Luzia Rodrigues Teixeira, de 44 anos.
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De acordo com os laudos técnicos que os promotores receberam, foi constatado que as barragens não apresentavam estabilidade geotécnica e hidráulica.
A empresa também foi autuada em 21 de agosto de 2017 por não realizar as auditorias técnicas extraordinárias ano-base 2016 e não inserir no Banco de Declarações Ambientais (BDA), da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), as Declarações Extraordinárias de Condição de Estabilidade das Barragens B2 e Auxiliar B2 nos prazos especificados.
Sem garantia de estabilidade
Na declaração de condição de estabilidade apresentada à Feam no BDA foi inserida a seguinte informação pelo auditor independente: “À luz das observações da inspeção de campo, associadas à análise dos dados disponibilizados pela Minérios Nacional, do qual permitiu-se que se realizasse uma avaliação dos dados de monitoramento, comportamento da estrutura em epígrafe, associado às análises de estabilidade, a Golder Associates não garante a estabilidade da Barragem B2 Auxiliar”.
O trabalho, que chegou às mesmas conclusões em relação à Barragem B2, sustenta ser necessário que haja um estudo mais aprofundado e detalhado dos parâmetros dos rejeitos depositados. “É imperativo que não haja nenhuma disposição de rejeitos na estrutura e que o nível do reservatório seja controlado conforme atualmente”, recomenda o relatório da auditoria.
A Minérios Nacional informou, por meio da assessoria de imprensa da CSN, que “está conduzindo todas ações para atender ao plano de emergência da unidade de Fernandinho”. “Nos próximos 15 dias, a empresa fará a instalação de mais uma sirene de alerta. O processo para realizar o treinamento dessas pessoas está em fase de planejamento e será feito dentro do prazo. É importante lembrar que a empresa possui sistematizadas ações emergenciais, caso necessárias, com dispositivos de comunicação, incluindo sonoros, como a sirene que já está instalada em área próxima à barragem. Além disso, os colaboradores diretos e terceirizados da Minérios Nacional passaram por treinamentos para situações de emergência”, informou..