Minas Gerais tem mais 31 casos confirmados e quatro mortes por febre amarela. O estado, que tem o maior número de notificações confirmadas no país (396), se iguala a São Paulo na quantidade de óbitos. Em território mineiro, eles passaram de 133 na semana passada para 137 ontem, conforme mostrou o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Outros 650 casos continuam em investigação. A vacinação passa a valer a partir de agora para todo o país. As mudanças foram anunciadas ontem pelo Ministério da Saúde, que confirmou 920 casos e 300 óbitos decorrentes da doença em todo o Brasil.
Do total de casos confirmados, 344 (86,8%) se referem a pacientes do sexo masculino e 52 (13,2%) do sexo feminino. O percentual se reflete na quantidade de óbitos: sete mulheres morreram, representando 5,1% do total de pacientes que perderam a vida em decorrência da doença. Todos os casos foram confirmados laboratorialmente.
A quantidade de pacientes com histórico de vacinação prévia que tiveram exame positivo para febre amarela permanece em 11. Levantamentos de informações clínicas e epidemiológicas ainda estão em curso. Apesar desses casos, a secretaria ressalta que a eficácia da vacina contra febre amarela é de 95% a 98%, sendo considerada eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus. Como medida adicional, para a população mais exposta à circulação do vírus recomenda-se também o uso de repelente como medida de proteção individual.
Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno 90% – a meta é 95%. A estimativa é de que haja 1,9 milhão de pessoas que ainda não se vacinaram contra a doença, especialmente na faixa etária de 15 a 59 anos de idade, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017.
Entre os 853 municípios mineiros, 205 (24%) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 295 (34,47%) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados; com mais de 95%, estão 354 (41,50%) das cidades mineiras com recomendação de vacina. A SES, que vinha intensificando as ações de vacina em 461 municípios informou ontem que a prioridade agora são as 853 cidades do estado.
CAMPANHA O Ministério da Saúde anunciou ontem mudanças na vacinação contra a febre amarela no país. A recomendação de imunização foi estendida para todo o território nacional, para impedir a circulação do vírus. A proteção em massa começará este ano e será concluída em abril do ano que vem. Ela será feita por etapas, conforme cronograma para produção e distribuição das doses.
“Vamos alcançar os máximos índices de cobertura. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a possibilidade de circulação do vírus”, afirmou durante coletiva de imprensa em Brasília, o ministro Ricardo Barros. Serão aplicadas doses fracionadas apenas em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bahia. Nesses três estados, 40,9 milhões de pessoas devem ser imunizadas. A expectativa é que 77,5 milhões de brasileiros fiquem protegidos contra a doença.
COBERTURA A determinação é do Ministério da Saúde e conta com o aval da Organização Mundial da Saúde.
Em janeiro de 2019, os estados do Nordeste começam a vacinação da dose padrão. Os estados do Piauí, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Alagoas e Sergipe e Rio Grande do Norte totalizarão 25,3 milhões de pessoas. O estado do Maranhão não entra nessa medida porque já é considerado área com recomendação de vacina, ou seja, a vacina da febre amarela faz parte da rotina do estado.
Com isso, até abril de 2019, 1.586 novos municípios estarão incluídos como áreas com recomendação de vacina, atingindo 100% do território nacional. Desde 1997, o Ministério da Saúde vem ampliando as áreas de recomendação de vacinação. Até então, a vacina de febre amarela fazia parte da rotina de 23 estados, sendo nove com áreas parciais de recomendação de vacinação.
A ampliação da recomendação de vacina foi feita depois da entrada em funcionamento de uma nova fábrica de vacina de febre amarela, em Embu, numa parceria entre o Instituto Biomanguinhos e o laboratório Libbs Farmacêutica. “A produção já começou, agora aguardamos a validação dos lotes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.” Questionado sobre qual seria a estratégia caso a produção do imunizante não seja aprovada, o ministro não respondeu..