Se depender apenas do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), o projeto da nova rodoviária de Belo Horizonte, no Bairro São Gabriel, não sairá do papel.
Contrato assinado pela administração anterior, de Marcio Laceda (PSB), previa a inauguração da obra em agosto do ano passado. Questionado sobre o assunto, o prefeito alegou que a proposta é uma “aberração absoluta”.
“Se a população de Belo Horizonte não sabe, a saída da rodoviária é no anel rodoviário. Então como é que eu vou fazer uma rodoviária que vai trazer um tráfego onde eu quero tirar?”, argumentou o prefeito. “É uma aberração absoluta aquela rodoviária ser aprovada sem um projeto de grande porte no anel rodoviário”, completou.
De acordo com Kalil, a Prefeitura tem interesse em discutir o projeto com a BH Ativos e já avisou que a rodoviária só será construída se houver um projeto para o Anel Rodoviário. “Abrir (a rodoviária) jogando ônibus no Anel Rodoviário e uma coisa irresponsável que eu não pretendo fazer”.
A responsabilidade dos investimentos de construção e adequação do sistema viário da região é toda do consórcio SPE Terminal, formado por cinco empresas, que, em contrapartida, tem o direito de gerenciar a rodoviária e arrecadar receitas de operação pelos próximos 30 anos.
Durante a disputa eleitoral de 2016, o então prefeito Marcio Lacerda visitou as obras da nova rodoviária e destacou que a previsão era de entrega da rodoviária em agosto de 2017. A partir daí, a empresa deveria aplicar R$ 85 milhões na construção do prédio da rodoviária e mais R$ 6,5 milhões no sistema viário do entorno, sob pena de multa em caso de descumprimento.
“O contrato prevê um prazo de 18 meses após a entrega do terreno (que aconteceu em janeiro de 2016). A prefeitura investiu mais de R$ 40 milhões em desapropriações e remoções, com 287 construções, e isso levou muito mais tempo do que esperávamos. Inclusive, temos três (casos) ainda na Justiça após a liberação do terreno”, disse Lacerda, na ocasião.