A Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose (EndoMarcha) reúne, neste sábado, mulheres portadoras da doença, familiares e profissionais da saúde em uma caminhada de conscientização e luta por seus direitos. Pelo terceiro ano consecutivo, Belo Horizonte está entre as capitais brasileiras que irão participar da marcha, cuja concentração começa às 9h, em frente ao Palácio da Liberdade, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O grupo seguirá pela Avenida João Pinheiro até a Praça Afonso Arinos, também na Região Centro-Sul da capital.
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Este ano, segundo Kelly, a marcha na capital mineira estará de luto, em homenagem a uma participante do movimento, que morreu após passar por uma cirurgia para tratar a doença. "As pessoas precisam entender que a endometriose não é frescura. É uma doença séria, que pode levar a morte, por isso a marcha busca conscientizar a população", afirma. A coordenadora ressalta que não é preciso ser portadora de endometriose para participar da Endomarcha. "É importante que a gente se una para ajudar a divulgar e conscientizar as mulheres sobre a seriedade da doença", pontua. Camisas com o emblema da marcha, apitos e bandeiras serão distribuídas aos participantes.
Diagnóstico e tratamento
Atualmente, a doença acomete cerca de 6 milhões de brasileiras.
O especialista explica que o fato de a mulher ter cólicas não quer dizer que ela tenha endometriose, mas que esse pode ser um dos sintomas. "A mulher precisa procurar um ginecologista que possa avaliar bem essa queixa", afirma. A coordenadora da marcha, Kelly Pires, concorda com o médico e ainda conta que tem a doença desde a menarca (primeira menstruação), mas só foi diagnosticada há quatro anos atrás. Após o diagnóstico, ela precisou passar por uma cirurgia para cauterizar os locais afetados, já que a doença estava em um estágio avançado.
A doença pode apresentar, entre outros sintomas, dor durante a relação sexual, dor ao urinar, na bexiga e nos movimentos intestinais, inchaço, náuseas e vômitos, constipação e diarreia. A doença, continua Gustavo, acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode continuar até a última. Geralmente, o diagnóstico surge quando a paciente está com aproximadamente 30 anos de idade. "Temos um retardo deste diagnóstico entre 7 a 10 anos, muitas pacientes só descobrem que tem a doença quando vão tentar engravidar", comenta. Além disso, o risco de câncer de ovário é mais alto em mulheres com o problema.
Marcha
A EndoMarcha foi idealizada nos Estados Unidos pelo médico Camram Nezhat, especialista e precursor da videolaparoscopia, utilizada no tratamento da doença, e por seus irmãos, Dr. Ceana Nezhat e Dr. Farr Nezhat.No Brasil, a marcha realizada desde 2014, é organizada pela blogueira Caroline Salazar, do blog “Endometriose e Eu”, e tem como principal objetivo conscientizar a sociedade e buscar por melhorias no atendimento público para diagnóstico e tratamento da doença. Além da capital mineira, a marcha será realizada em Belém, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Feira de Santana, Florianópolis, Londrina, Maringá, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa.