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Estado de Minas

Funcionários e mães serão ouvidos sobre caso de formigas em bebês em maternidade

Sindicalistas vão se encontrar com funcionários e conversar com as mães. Para a semana que vem, a Asthemg articula nova visita com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e da Promotoria de Direitos Humanos


postado em 28/03/2018 06:00 / atualizado em 28/03/2018 07:41



O testemunho de funcionários e parturientes vai reforçar as denúncias sobre condições precárias da Maternidade Odete Valadares, no Bairro Prado, na Região Oeste de Belo Horizonte. A unidade de saúde se tornou alvo de uma crise depois de imagens de uma infestação de formigas no CTI neonatal da unidade virem a público. O vídeo mostra insetos no rosto de um bebê e também nos aparelhos médicos. A coordenadora desse setor do hospital foi afastada ontem do cargo. O Sindicato dos Trabalhadores da Fhemig (Asthemg) promete hoje um “pente-fino” no hospital, enquanto o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde) programa visita para o início da semana que vem. Apesar do escândalo, representantes da entidade ou do governo só se pronunciaram oficialmente por meio de nota.

Os sindicalistas vão se encontrar com funcionários e conversar com as mães. Para a semana que vem, a Asthemg articula nova visita, dessa vez na companhia de representantes da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e da Promotoria de Direitos Humanos. Na segunda-feira, o Sind-Saúde irá à maternidade com os presidentes dos conselhos estadual e municipal de saúde.

Além do afastamento da coordenadora, a Fhemig anunciou em nota a abertura de sindicância administrativa para apurar as possíveis omissões, “tanto em relação à incidência de formigas no CTI neonatal quanto à segurança e integridade física do bebê que aparece nas imagens”. Outra medida foi uma nova dedetização no local, com supervisão da equipe do CTI neonatal. “A direção da Fhemig afirma que tão logo sejam apurados os fatos tomará as justas e devidas providências”, indica. Procurada no fim do dia, a fundação informou que só se pronunciaria por meio de nota.

O presidente da Asthemg, Carlos Augusto Martins, credita a um suposto descaso o principal motivo de uma ocorrência como essa. “Há vários relatos nesse sentido. Temos informações de que se sabia de várias situações que levariam a essa precariedade, mas não tomaram providências. Não tem ar-condicionado no CTI. Então, deixam as janelas abertas. Temos árvores no entorno e todo um ambiente propício a infecção”, afirma.

Carlos Martins relata que pelo menos uma criança está em área de isolamento por suspeita de contaminação pela bactéria multirresistente (KPC), por causa desse quadro no hospital. “A Comissão de Controle de Infecção do hospital já havia notificado pedindo interdição, alegando que a situação causava infecção”, relata. Segundo ele, neste momento, há risco real de infecção coletiva na maternidade. A Fhemig nega a ocorrência da bactéria.

Funcionários do hospital gravaram vídeo em que as formigas passeiam sobre bebê e em tubos do CTI (foto: Reprodução da internet/Youtube)
Funcionários do hospital gravaram vídeo em que as formigas passeiam sobre bebê e em tubos do CTI (foto: Reprodução da internet/Youtube)


GRAVAÇÃO A denúncia de infestação dos insetos foi feita na segunda-feira pela Asthemg depois que funcionários gravaram vídeo em que várias formigas são vistas circulando pelo corpo de um recém-nascido em uma incubadora no CTI neonatal do hospital. De acordo com o sindicalista, no ano passado funcionários informaram que houve situação de infestação semelhante, com o caso tendo sido levado às chefias e direção da maternidade, mas ignorado.

No vídeo, se vê uma quantidade expressiva de formigas circulando dentro da incubadora, sobre a criança, sondas de soro e injeção de medicamentos e tubulação de oxigênio. De acordo com Carlos Martins, no ano passado chegou ao sindicato a informação de infestação do inseto na maternidade. Desta vez, o vídeo teria sido o meio encontrada por funcionários para potencializar e embasar a denúncia.

A Sociedade Mineira de Pediatria foi procurada pelo Estado de Minas para comentar a questão, mas informou que aguarda mais informações sobre o caso.


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