A falha em uma solda de parte do mineroduto de 529 quilômetros entre Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, e o Porto do Açu (RJ), foi apresentada como o motivo aparente para os dois vazamentos em dutos da Anglo American em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata mineira. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) afirmou que o problema foi relatado pela própria empresa, que no entanto diz que a confirmação do diagnóstico depende de estudos que estão em andamento. Técnicos do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) fizeram duas vistorias na região dos vazamentos e determinaram uma série de medidas para a mineradora, que teve o mineroduto interditado mais uma vez pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Os dois rompimentos aconteceram em um intervalo de 17 dias.
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Novo rompimento em mineroduto inquieta moradoresEmpresa fará pente-fino em mineroduto que se rompeu duas vezes em 17 diasApós novo vazamento em mineroduto, Anglo vai dar férias coletivas aos funcionáriosAnglo American recebe autorização para troca de tubos do mineroduto que rompeuVazamentos de mineroduto deixam moradores sem água e trabalho em MGMultas a Anglo American por vazamentos em mineroduto vão a R$ 197,6 milhõesIbama multa Anglo American em R$ 72 milhões por vazamentos em mineroduto Secretaria de Meio Ambiente multa Anglo American em R$ 125 milhõesAnglo aumenta período de suspensão de atividades em mineroduto para 90 dias MPMG pede suspensão de operação de mineroduto até o fim de auditoriaAinda de acordo com informe da mineradora à Semad, “a causa do acidente seria a mesma do primeiro vazamento: uma falha na solda de parte do mineroduto. Os tubos das duas ocorrências são do mesmo lote”. Em nota, a Anglo American informou que o diagnóstico só será confirmado após a finalização das análises que estão sendo conduzidas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para apurar as causas das trincas. A mineradora, segundo a Semad, afirmou que adotou ações de contenção e remediação imediatamente após o incidente.
Os técnicos do NEA constataram depósitos de minério em diversos trechos do Ribeirão Santo Antônio do Grama.
Como ocorreu no primeiro vazamento, a Semad determinou uma série de medidas ambientais que deverão ser cumpridas pela Anglo American. Em 48 horas a partir do incidente, a mineradora terá que apresentar um laudo com descrição dos danos provocados e o detalhamento das ações de mitigação, controle e reparação. Em cinco dias, terá que apresentar relatório com causas prováveis do acidente e a relação com a ocorrência anterior.
Além disso, terá que apresentar relatório das medidas tomadas pela empresa, entre o primeiro e o segundo vazamentos, atualização do cronograma de inspeção de integridade do mineroduto, monitoramento de águas e sedimentos considerando o auto de fiscalização anterior, relatório contendo os dados técnicos e a memória de cálculo do quantitativo de polpa de minério vazado, e revisão do programa de gerenciamento de riscos, considerando o contexto dos acidentes ocorridos.
Os técnicos da Semad também determinaram, em vistoria realizada na manhã de ontem, que a limpeza da calha do Ribeirão Santo Antônio do Grama e suas margens deve continuar sendo feita pela mineradora, “com o recolhimento do minério sedimentado, conforme prazo determinado no auto de fiscalização do primeiro acidente”.
“A mineradora deve fornecer as coordenadas geográficas dos pontos onde o mineroduto passa por áreas povoadas, identificando os locais onde estão instalados os tubos do mesmo lote daqueles que se romperam”, completou a Semad.
PENTE-FINO O vazamento mais recente de polpa de minério (composta por 70% de minério e 30% de água) ocorreu por volta das 18h55 de quinta-feira, e durou entre cinco e oito minutos, segundo a empresa. Em entrevista coletiva na sexta-feira, a mineradora informou que decidiu dar férias coletivas aos funcionários. A retomada das atividades só deve ocorrer depois de um pente-fino a ser feito ao longo de toda a extensão do mineroduto – 529 quilômetros a partir de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, até o Porto do Açu (RJ).
A companhia informou que antes de retomar a operação gradual do mineroduto, os tubos próximos ao do primeiro rompimento foram inspecionados por ultrassom e todo o mineroduto passou por testes de pressurização com água. “Todas estruturas apresentaram desempenho dentro da normalidade.