O pequeno Miguel Albino dos Santos de Jesus, de 2 anos, vai passar o domingo de Páscoa em casa, para a alegria de sua família após mais de 24 horas de angústia com o desaparecimento do pequeno na sexta-feira. Miguel sumiu em uma mata no Bairro Parque Industrial, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A criança só apareceu na tarde de sábado, localizada por moradores.
Depois de passar por exames no Instituto Médico Legal (IML) ainda ontem, o menino foi levado a um hospital particular de Betim. Miguel estava bem, mas desidratado e com marcas de picadas de insetos. No início desta tarde, a assessoria de imprensa do hospital confirmou que o menino teve alta.
As circunstâncias, tanto do desaparecimento quanto do retorno da criança serão investigadas pela Polícia Civil, já que Miguel teria sido encontrado em local que já havia passado por buscas exaustivas de bombeiros e policiais.
“Segundo as primeiras informações, fornecidas por testemunhas à Polícia Civil, a criança estava chorando, deitada no chão, em uma mata localizada no mesmo local onde teria sido vista pela última vez”, disse a corporação, por meio de nota divulgada na noite de ontem. “As investigações continuam a fim de verificar se ocorreu algum crime enquanto a criança estava desaparecida e as circunstâncias do desaparecimento”, conclui o texto. Os rapazes que o encontraram foram ouvidos pela Polícia Civil e compareceram com policiais ao local, para reconstituir a situação.
Veja o momento em que Miguel é encontrado
Miguel é entregue à mãe na porta de um delegacia em Betim
Miguel é entregue à mãe na porta de um delegacia em Betim
ENTENDA O CASO O pai da criança, o pastor evangélico o pastor Albervan de Jesus, de 43 anos, informou que a família passou a noite de quinta para sexta-feira no local, em oração. Por vota das 11h de sexta, ele foi buscar lenha para a fogueira que os aqueceria por mais uma noite e deixou Miguel e o irmão mais velho sozinhos. O caçula desapareceu nesse intervalo. Ontem, bombeiros, guardas municipais, familiares e voluntários vasculharam mais uma vez a mata, enquanto a polícia investigava pistas que pudessem levar a um possível sequestro ou cárcere privado.
As buscas na mata de 505 mil metros quadrados foram feitas com o apoio de cães farejadores. O espaço tem muitos obstáculos perigosos, pois é ponto de desova de carcaças de carros roubados, de entulho e de lixo descartado clandestinamente. outra parte consiste numa área de mata fechada, com vales profundos e um labirinto de trilhas que se intercalam, levando a acessos vicinais aos bairros Espírito Santo, Niterói, Industrial São Pedro, Dom Bosco e Betim Industrial.
“As buscas foram feitas à exaustão. Hoje (ontem), percorremos lugares muito improváveis de uma criança de 2 anos chegar”, explicou o tenente Jonas Braga Linke. “Passamos o caso para a delegacia. Foi coberto todo o espaço praticamente onde ele chegaria andando por si só e muito além desse limite. Fomos a lugares onde os próprios bombeiros tiveram dificuldade de andar”, disse, ao informar sobre a suspensão das buscas.
Segundo ele, o andamento da operação mostrou que a polícia deveria assumir o caso. “O discurso de pessoas que foram ouvidas não estava batendo entre o que foi dito no início e o que está sendo dito agora.” Para o bombeiro uma sequência de fatos levantada durante as buscas mostrava contradições entre pessoas ouvidas.
O desespero de não saber do paradeiro do filho de 2 anos consumiu a doméstica Elisângela de Oliveira, de 39 anos, e o marido. “Não acho que ele está perdido. Acho que alguém pegou meu filho. E a pessoa que está com ele vai ser incomodada por Deus para trazer ele aqui. Ou deixar ele em algum órgão, na polícia ou no hospital, algum lugar”, disse Elisângela.