Enquanto barragens levam medo a bairros e distritos que vivem sob suas áreas de influência, outras trazem transtornos diários para essas pessoas. É o que dizem os habitantes da pequena comunidade de Barnabé, em Congonhas, onde a vala secular que traz água das montanhas para as torneiras das pessoas se tornou turva e insuficiente. A culpa, dizem essas pessoas, é da Barragem de Barnabé, da mineradora Vale, que foi construída em 2017, coincidindo com os problemas hídricos. A vala com a água que abastece parte dessa comunidade vem de dentro da área de reserva florestal da empresa e diversas vezes acaba sendo invadida por mutirões para a limpeza da canalização, que remonta aos ancestrais dos atuais moradores.
Fiscalização
De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Congonhas, Neylor Aarão, acompanhamentos e fiscalizações são realizados nas cabeceiras dos mananciais de abastecimentos públicos. “Quando se verifica algum crime ambiental por parte de alguma empresa em mananciais de abastecimento público, seja por desmate ilegal ou carreamento de material, assim que os autores são identificados, certamente estas empresas são notificadas e multadas, independentemente da obrigação de reparar o dano”, disse.
A Vale informou que a Barragem Barnabé é uma estrutura implantada em 2017 com o objetivo de controle ambiental (contenção de sedimentos) e não tem captação de água na região. “A água que verte da barragem não apresenta nenhuma alteração de qualidade e turbidez. A Vale realiza monitoramentos contínuos a jusante dessa barragem e seus resultados são reportados aos órgãos fiscalizadores, atendendo a todos os padrões de qualidade e volume”, informou a mineradora por meio de nota.