A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a criação de mais um Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (POP) na capital, com atenção para os dependentes químicos. A novidade é que o equipamento, que vai se juntar a outros três que já existem na cidade, será inaugurado na Rua Araribá, na Lagoinha, Região Noroeste de Belo Horizonte, local com grande concentração de usuários de crack e outras drogas. A previsão é de que o atendimento comece no segundo semestre.
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Maria Caldas explicou que a lógica do centro não é a mesma de um abrigo com perfil de dormitório.
Os Centros POP da capital têm capacidade para atender até 200 pessoas. Os demais ficam nos bairros Barro Preto e Floresta. Neste último, um deles é destinado a crianças e adolescentes. Conforme a secretária de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania da prefeitura, Maíra Colares, a administração municipal está à procura de imóveis que possam ser alugados para a instalação do centro na Lagoinha. O levantamento de recursos ainda se encontra na fase de negociações.
Algumas das ações do projeto estão em andamento.
Além da criação do espaço, a prefeitura e demais órgãos vão atuar em outras frentes, como a requalificação dos espaços de uso de drogas, como os baixios de viadutos. As áreas devem receber outra destinação, sendo ocupadas por jardins e até quadras poliesportivas. A secretária Maria Caldas diz que dar novas destinações aos espaços abandonados também contribui para a mudança do cenário. “À medida que ela (área abandonada) é apropriada para uso marginal e continua havendo esse abandono ele só se intensifica. Vamos tentar reverter esse processo, urbanizar essas áreas, melhorar a segurança, ampliar a iluminação, levar uso diferenciado, quadras de esportes, ceder alguns espaços para uso de entidades de cultura”, detalhou.
Outra ação passa pelo combate à receptação de cabos ou outros produtos furtados adquiridos para reciclagem por estabelecimentos na região da Lagoinha.
“Nossa intenção é humanizar a abordagem desse problema, que é sério. Não queremos construir uma cidade que expulsa as pessoas, mas que possa incluí-las com seus problemas. Embaixo (dos viadutos), em vez de pedras, vamos fazer jardins, em vez de expulsar as pessoas, vamos acolhê-las e tentar ajudá-las”, pontuou Maria Caldas..