Uma mulher de 64 anos deu à luz uma menina na maternidade Octaviano Neves, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, após anos de tentativas para engravidar. A menina nasceu prematura de oito meses, com 1,7 quilo e está internada na incubadora. Mãe e filha estão saudáveis e descansam após o parto.
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Segundo Rita, a gestação ocorreu com tranquilidade, sempre com acompanhamento médico. “Não houve nenhuma ocorrência grave durante a gravidez. Ela desenvolveu um aumento leve de pressão e uma variação glicêmica, que já eram esperados para a idade”, conta a médica.
O tratamento de Norma incluiu a ingestão de vitaminas e uma substância anticoagulante por causa da idade, conforme explicou a médica. “O maior desafio, após o sucesso do procedimento, seria manter o organismo dela suportando o desgaste de uma gravidez. Por isso, ela continuará com o acompanhamento médico e segue internada na maternidade.”, conta Rita de Cássia. A médica ressalta a importância de que a mulher esteja saudável para conseguir engravidar após os 50 anos.
A pequena Ana Letícia nasceu de 33 semanas e quatro dias de gestação, com 1,7 quilogramas e 48 centímetros. Por ser prematura, a criança está na UTI infantil para acompanhamento. “A neném chegou bem ao mundo.
Ainda não há data para que Norma e a filha recebam alta. Rita comemora o nascimento da menina e diz acreditar que este tenha sido um avanço para a obstetrícia “Há poucos anos, nem se cogitava a possibilidade de uma mulher com mais de 60 anos engravidar. Acredito que a medicina tenha dado um passo à frente. Foi uma experiência nova e gratificante para todos os envolvidos”, afirmou.
PREPARAÇÃO A médica ainda ressalta o preconceito existente na sociedade em relação às mulheres que engravidam em idades consideradas de risco.”Quando eu comentava com as pessoas que estava atendendo uma mulher de 64 anos, sempre questionavam o fato de ela ser idosa e a possibilidade da morte”, comenta. A médica destaca que o sucesso do procedimento não foi coincidência, mas sim, resultado de estudo e tratamento. Para evitar as complicações da idade, a especialista explica que a mulher deve começar o acompanhamento médico muito antes de se submeter ao procedimento de reprodução assistida. “A preparação para a gravidez começa antes do procedimento de fertilização. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental.
A médica ressalta que para uma mulher com idade avançada engravidar é preciso tomar uma série de cuidados e, principalmente, é imprescindível que ela esteja saudável. “Os riscos de uma gravidez por fertilização são sempre grandes e quando se trata de uma mulher mais velha os cuidados são redobrados. É imprescindível que a mulher esteja saudável. Ela não pode apresentar diabetes ou hipertensão grave, já que estas são alguns das complicações decorrentes da gravidez em idade avançada”, explica a médica.
A reportagem do Estado de Minas tentou falar com Norma, mas ela disse estar cansada e não quis dar entrevista. Em entrevista ao portal G1, contou que se sente realizada. “É um sonho alimentado há muito tempo, sempre priorizei a profissão e até o patrimônio pensando num filho, queria ter um filho e que ele não passasse pelas dificuldades que passei”, destacou na entrevista. *Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia
Autorização recente
A fertilização in vitro é o tratamento de reprodução humana realizado com mais frequência por ser atualmente a opção da medicina reprodutiva que oferece mais chances de conceber um filho para aqueles que enfrentam dificuldades para engravidar após um ano de tentativas. O tratamento, que pode ser feito a partir dos 35 anos, consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide no laboratório de embriologia, um processo in vitro que requer o cultivo em laboratório para permitir a observação do correto desenvolvimento dos embriões e posterior transferência ao útero materno para a confirmação da gravidez.