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Estado de Minas

Em 10 anos, 70 ônibus foram alvos de incêndios criminosos em Belo Horizonte

Na madrugada de quinta-feira, três veículos foram incendiados na capital, em Contagem e Brumadinho. Somente neste ano, cinco veículos foram destruídos


postado em 13/04/2018 06:00 / atualizado em 13/04/2018 07:40

No Bairro Juliana, na capital, veículo de Turmalina foi queimado às 2h40(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
No Bairro Juliana, na capital, veículo de Turmalina foi queimado às 2h40 (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Pouco mais de 15 dias depois do incêndio de um ônibus que fechou a BR-381 em 25 de março, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, outros três veículos foram queimados na capital mineira, em Brumadinho e em Contagem, na madrugada ontem. Nesta última cidade, os autores deixaram uma carta com ameaças e reclamando das condições da Penitenciária Nelson Hungria, na região. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), somente na capital mineira foram 70 ônibus incendiados desde 2008.

 

O primeiro ataque de ontem foi registrado pouco antes da 0h30, na Rua Quaresmeira, Bairro Colonial, em Contagem. Conforme o boletim de ocorrência, o motorista da linha 303 (Colonial/Cidade Industrial) contou que se preparava para ir à garagem da empresa quando um casal se aproximou e perguntou para onde o veículo seguia. O homem sacou uma arma, mandou o motorista ficar quieto e abaixar a cabeça. Eles deixaram uma carta com o condutor, exigindo que ele a entregasse às autoridades. Logo em seguida, jogaram líquido inflamável no coletivo e atearam fogo, deixando o galão de combustível para trás. O casal fugiu em direção ao Bairro Tropical, com o apoio de um carro escuro. Outro homem teria dado cobertura ao crime. Conforme informações da Polícia Militar do município, na carta, os criminosos reclamam do diretor do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, exigem tratamento menos rigoroso na unidade e ameaçam fazer novos ataques.

Cerca de duas horas depois, às 2h40, outro ônibus foi queimado no Bairro Aranha, em Brumadinho, também na Grande BH perto da casa do motorista, onde estava estacionado. De acordo com a PM, moradores disseram ter ouvido pessoas correndo. Uma equipe do Corpo de Bombeiros apagou as chamas.

O terceiro veículo queimado é um micro-ônibus, que estava estacionado na Rua Cissus, em frente ao Centro de Estudos Sindicais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), no Bairro Juliana, Região Norte de Belo Horizonte. O veículo é de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, e transportava moradores da região que participam da feira AgriMinas, no Centro de BH. Ninguém viu como o incêndio ocorreu. 

PREJUÍZO
Somente na capital mineira, 70 ônibus do sistema de transporte coletivo urbano foram incendiados desde 2008, apontam dados do Setra-BH. De acordo com a entidade, os últimos atos de vandalismo que antecederam os casos de ontem envolveram dois ônibus, que foram queimados em 9 de março na Avenida Presidente Carlos Luz em protesto contra a morte de um jovem atingido com um tiro por policiais. O sindicato destaca que um veículo queimado pode afetar a vida de 500 usuários a cada dia útil e causar um prejuízo de R$ 400 mil, uma vez que ele deverá ser substituído, o que pode demorar até 180 dias.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que aguarda a conclusão das investigações dos casos pela Polícia Civil. Questionada sobre a carta dos detentos, a Seap disse que apura as denúncias enviadas formalmente. Já a Polícia Civil informou, por meio de nota, que os três casos estão em investigação pelas respectivas delegacias de área.

No mês passado, o Complexo Penitenciário Nelson Hungria registrou fuga de 10 presos, dois deles recapturados, e a morte de um dos detentos. Na última semana do mês, foram descobertos buracos nas paredes de duas celas. A Seap anunciou uma inspeção para o feriado da semana santa. Já em 3 de abril, agentes penitenciários apreenderam, durante uma revista noturna, objetos que seriam usados para serrar grades.


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