Motoristas que transitam pelo Complexo da Lagoinha, no Centro de Belo Horizonte, já encontram abertas ao tráfego duas alças do novo viaduto projetado para a região, com a opção de mais quatro faixas de circulação para acesso ao Hipercentro da cidade. Mas, a partir de semana que vem, outras mexidas vão promover mais modificações na lógica apresentada ontem à população, que ainda não é definitiva. A BHTrans informou que após a liberação de ontem das quatro novas faixas ao trânsito, vai haver uma alteração na mureta do Viaduto Leste, para que o benefício também seja estendido a quem deixa o Centro pelo elevado e não só para aqueles que entram na região central. O objetivo é também aumentar a área de circulação no momento da volta para casa, no horário de pico da tarde.
Apesar da liberação de ontem, motoristas ainda vão precisar de paciência na semana que vem, pois existe uma possibilidade, que ainda está sendo estudada, de fechamento do acesso ao Viaduto Leste pela Avenida Antônio Carlos para viabilizar os ajustes na mureta. A BHTrans ainda não informou se será um fechamento total ou parcial, mas é praticamente certa a necessidade de algum tipo de bloqueio.
REFLEXOS DA ABERTURA A liberação do tráfego nas quatro faixas das duas alças do novo viaduto produziu uma certa confusão na cabeça dos motoristas por conta do primeiro dia de operações. As dúvidas surgiram em três pontos. Primeiro, no acesso ao viaduto, logo após a saída do túnel. A divisão entre o Viaduto Leste e a parte nova causou estranheza e deixou muita gente sem ação, situação que exigia intervenção dos agentes da BHTrans o tempo todo. Ao entrar na parte nova, outra divisão confundia pela segunda vez a cabeça dos motoristas. Para a direita, acesso ao Hipercentro pelas ruas São Paulo e Rio de Janeiro. Pela esquerda, acesso à Praça da Estação.
Na alça mais à direita do viaduto foi colocada uma faixa exclusiva para o transporte coletivo. “Essa faixa vai permitir aos ônibus do Move que trafegam na Cristiano Machado o percurso completo até as estações da Santos Dumont e Paraná de forma exclusiva. Antes, eles se misturavam aos carros nos últimos 800 metros do trajeto sofrendo grande interferência”, acrescenta José Carlos Ladeira. Oito linhas de ônibus não vão usar essa faixa exclusiva, pois elas se dirigem à Praça da Estação. Em um primeiro momento não está prevista a implantação de faixa exclusiva para essas linhas, mas elas podem seguir pela mesma pista dos demais até o momento da divisão das duas alças.
MAIS AGILIDADE Os motoristas e passageiros que cruzavam o Complexo da Lagoinha ontem, com a abertura do novo pontilhão, enxergaram nessa obra um ganho de tempo para suas viagens diárias de trabalho e estudo. A recepcionista de hotel Maria de Lourdes Santos, de 30 anos, sai do Bairro São Gabriel, na Região Nordeste da capital, todas as manhãs para o serviço, no Hipercentro da capital mineira. De acordo com ela, atrasos eram frequentes e isso a obrigou a acordar cada vez mais cedo para conseguir chegar no horário. “Dia de segunda-feira e dia de sexta-feira eram os piores por causa do trânsito intenso. Vésperas de feriados e chegada das férias, de feriadões também eram um inferno. Isso tudo mudou a minha vida. Tive de acelerar meus afazeres em casa. Dormir mais cedo e acordar mais cedo”, conta.
Ontem, ela mais uma vez embarcou em seu bairro no ônibus da linha 810 (Estação São Gabriel/Parque Belmonte) e na Estação do Move São Gabriel subiu no BRT da linha 83, para o Centro. “Na sexta-feira, era normal agarrar (o trânsito) já antes do túnel (da Lagoinha) e ficar aquela fila de ônibus. Hoje (ontem), foi bem mais tranquilo. Temos de esperar, agora, só para ver como vai ser durante a semana e nos dias mais quentes dos feriados”, espera a recepcionista.
O motorista de aplicativo André Lima, de 27, também gostou de ter mais essa opção de circulação. “Antes, estava muito complicado. As obras para fazer os viadutos e os acessos para o Centro tinham piorado ainda mais o trânsito dos horários de pico, principalmente para os clientes de aeroporto que precisavam de chegar cedo para o trabalho. Agora, já sentimos esse alívio. O trânsito está mais despachado e a gente tem mais opções de entrar no Centro. Tem de ver se vai continuar assim, né”, disse o condutor. Apesar da abertura das alças, a conclusão total da obra está prevista para junho, com o término dos acabamentos dos baixios e deslocamento das muretas necessárias.