Jornal Estado de Minas

Clínica de Olhos da Santa Casa vai dar lugar a oncologia


Mudanças à vista na Santa Casa de Belo Horizonte. A Clínica de Olhos, um dos setores mais tradicionais da unidade, será realocada para dar lugar ao Instituto de Oncologia Santa Casa BH, um centro integrado para tratamento dos casos de câncer em crianças e adultos. As modificações, ainda em fase de projeto, começam a ser feitas mês que vem, com previsão de conclusão no fim do ano. A partir de 2019, a expectativa é triplicar o número de sessões mensais de quimioterapia no hospital e mais do que dobrar as de radioterapia.

Os serviços da oftalmologia passarão a ser oferecidos no pavilhão Júlio Soares, na entrada da Avenida Francisco Sales, e vai compartilhar o mesmo espaço onde hoje estão os atendimentos aos casos de catarata e glaucoma. Por ano, a Santa Casa faz 3,5 mil consultas eletivas e 3,3 mil de urgência em média. No prédio de cinco andares da Clínica de Olhos, começam, em maio, as obras do bunker, a estrutura de concreto que será construída no subsolo para abrigar o acelerador linear – equipamento que serve para conter a radiação emitida pelo equipamento.

Esse é o segundo aparelho da Santa Casa. O outro está em funcionamento há 13 anos. Em 2017, com defeito, o equipamento não funcionou de janeiro a abril.
Depois dos reparos necessários, o equipamento foi responsável, até dezembro, por 11.167 sessões de radioterapia. O novo acelerador linear, orçado em mais de R$ 4,4 milhões, foi adquirido com recursos que 20 empresas destinaram ao hospital por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) – sistema de renúncia fiscal em que empresas destinam até 1% do imposto devido.

Ele terá capacidade para realizar até 66% a mais de sessões de radioterapia, e possibilitará à instituição mais do que dobrar o número de atendimentos em relação a esse procedimento. O acelerador será enviado quando o bunker estiver sendo finalizado. A obra do bunker, orçada em R$ 1,2 milhão, será feita gratuitamente por uma construtora. “Essas mudanças vão organizar, no limite da qualidade, a oncologia da Santa Casa de forma que todos os serviços, entre eles quimioterapia, nutrição, cirurgia e serviço social, estarão integrados de uma única lógica de gestão. Já temos um enorme compromisso com a oncologia e vamos melhorá-la de maneira extraordinária”, afirma o diretor de Assistência à Saúde, Guilherme Riccio.

Segundo ele, o número de sessões mensais de quimioterapia, que hoje giram em torno de 1,2 mil, deve passar para aproximadamente 3,6 mil. “Aumentará também o número de pacientes atendidos e, por isso, precisamos melhorar e padronizar o nosso serviço”, diz..