Jornal Estado de Minas

Ônibus é incendiado em Betim e criminosos deixam bilhete

Chega a seis o número de ônibus incendiados na Região Metropolitana de Belo Horizonte nos últimos cinco dias. No fim da noite de domingo, um veículo da linha 7540 (Alvorada/Belo Horizonte) foi queimado no Bairro Alvorada, em Betim. Segundo a Polícia Militar (PM), mais uma vez os responsáveis deixaram um bilhete reclamando do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem. 

O crime ocorreu por volta das 22h40 na Rua dos Novatos, final da linha. O motorista contou aos policiais militares que havia acabado de estacionar o veículo, que estava sem passageiros, quando dois homens entraram e anunciaram que queimariam o ônibus. Um deles parecia ser menor de idade e carregava um galão de combustível. Antes de atear fogo, eles roubaram uma quantia em dinheiro da viagem. 

O motorista disse à PM que saiu correndo e teria sido atingido pelo fogo no braço direito. Apesar de não haver ferimentos aparentes, ele reclamava de dores e disse que procuraria atendimento médico por contra própria. Quando a polícia chegou ao local, o veículo ainda estava em chamas.
O Corpo de Bombeiros foi chamado. 

De acordo com a PM, assim como em outro caso registrado na semana passada, os criminosos deixaram um bilhete escrito à mão com supostas reivindicações de detentos da Nelson Hungria exigindo que o motorista o entregasse às autoridades. 

O motorista de outro ônibus que estava estacionado atrás dele disse que foi abordado pela dupla e um deles mostrou que estava com uma arma na cintura. Eles roubaram R$ 110 desse veículo. O condutor também observou que havia um homem de moto na esquina e a suspeita é de que ele dava cobertura à ação. 

O local do incêndio foi isolado e passou por perícia. Ainda de acordo com a PM, um adolescente de 16 anos deu entrada na Unidade de Atendimento Imediato (UAI) Teresópolis com queimaduras.  Ele disse que foi atacado dentro de casa por desconhecidos que atearam fogo ao corpo dele e que teria perdido a consciência. No entanto, os policiais procuraram a mãe do adolescente, que disse que ele estava fora de casa desde as 17h de domingo. A suspeita é de que ele esteja envolvido no ataque ao coletivo. 

Conforme a PM, o estado de saúde dele é grave, com risco de morte, e ontem à noite ele deveria ser transferido para o Hospital do Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em Belo Horizonte. A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão de Betim. 

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que aguarda as investigações da Polícia Civil, “que apura suposto envolvimento de detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria na ordem de execução dos crimes”.
A Seap diz que está acompanhando o andamento dos casos e “assegura que toda e qualquer conduta inadequada dos seus servidores, quando devidamente formalizada, é apurada nos termos da lei”, finaliza. 
.