A polícia cumpriu ontem 29 mandados de prisão contra suspeitos de participar de ataques a agências bancárias em Minas. Em operação conjunta realizada pelas polícias Civil e Militar, além do Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPMG), foram desarticuladas, no Norte de Minas, duas quadrilhas especializadas no ataque e explosão de caixas eletrônicos, cujos líderes comandavam as ações e ordenavam os ataques de dentro da cadeia, com o uso de telefones celulares. Foram cumpridos mandados de prisão contra 21 pessoas, das quais 11 já eram detentos. Outros quatro envolvidos estão foragidos. Em Pimenta, no Centro-Oeste de Minas, oito pessoas suspeitas de planejar um ataque a banco foram detidas e várias armas apreendidas.
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Os outros líderes das quadrilhas desarticuladas estão presos desde 2016, ambos por homicídios. Um deles tinha sido transferido de Montes Claros para a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá (na mesma região), onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
Conforme a delegada da Polícia Civil Thalita Caldeira, uma das responsáveis pela operação, as quadrilhas começaram a serem investigadas em julho de 2015, quando houve a explosão de caixas eletrônicos instalados em frente ao Aeroporto de Montes Claros. Na ocasião, nenhum dos autores foi preso. “A partir daquela ação, passamos a dar atenção especial aos outros eventos de explosões de caixas eletrônicos no Norte de Minas. Percebemos que os crimes tinham características comuns. Os autores residiam em Montes Claros e Janaúba”, informou a policial.
O promotor Daniel Piovanelli Ardisson, do Gaeco, disse que os líderes das quadrilhas desarticuladas ontem são “remanescentes” de outro grupo criminoso especializado no ataque a agências bancárias no interior, combatido na Operação Novo Cangaço, em 2014 e 2015. “Com o desmantelamento daquela organização criminosa, eles montaram novas quadrilhas, que foram alvo dessa operação de agora”, afirmou o promotor.
Segundo Pivonanelli, os dois bandos agiam de maneira sincronizada, estabelecendo uma espécie de parceria para os ataques aos caixas eletrônicos no Norte de Minas. O serviço de inteligência dos responsáveis pela investigação constatou que os líderes das quadrilhas se comunicavam, realizavam o empréstimo de armamento entre si e combinavam as ações conjuntas.
Além disso, foi verificada uma relação entre uma relação direta entre as quadrilhas responsáveis pelas explosões e roubos de caixas eletrônicos e o tráfico de drogas. “Havia uma retroalimentação entre o tráfico de drogas e os ataques a caixas eletrônicos. Muitas vezes, o tráfico de drogas financiava as explosões dos caixas eletrônicos, por meio do empréstimo de armas e da aquisição de explosivos. Por outro lado, muitas vezes, o resultado financeiro das explosões dos caixas eletrônicos financiava a compra de drogas para o tráfico”, afirmou o representante do MPMG..