Jornal Estado de Minas

Seap vai controlar visitas de amigos e namoradas na Penitenciária Nelson Hungria

Clique para ver o comunicado emitido ontem pela diretoria da penitenciária. Segundo a Seap, texto será retificado - Foto: Reprodução da internet
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) vai controlar as visitas aos detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O em.com.br teve acesso ao documento que anunciava a suspensão das visitas de amigos e namoradas (os), assinado pela diretoria na terça-feira, mas a Seap disse à reportagem que o texto será retificado.

Segundo o comunicado, houve uma determinação da Subsecretaria de Segurança Prisional (Susep) para que “a partir de 28 de abril de 2018, todos os visitantes denominados amigas (os) e namoradas (os) dos presos custodiados neste CPNH terão seus cadastros cancelados, sendo assim, a partir da data acima mencionada, tais visitantes não mais poderão participar a visitação social nessa unidade prisional”, diz o texto. 

Ainda conforme o comunicado, o objetivo da medida era valorizar e priorizar todos os familiares e parentes dos presos, resguardando o cadastro e visitação social de parentes de primeiro a terceiro graus, como pais, filhos, cônjuges, união estável, desde que comprovada por certidões comprobatórias. 

Questionada, a Seap enviou uma nota ao em.com.br onde diz que “o comunicado que trata das visitas no Complexo Penitenciário Nelson Hungria será retificado no que diz respeito às limitações de acesso aos presos por visitantes denominados amigos (as) e /ou namoradas (os). Essas pessoas terão seus casos avaliados de forma individual para obter autorização. As medidas tomadas não afetam visitantes que são parentes de 1º, 2º e 3º graus, além de sogros, genros, noras, cônjuges ou de união estável, devidamente cadastrados”, explica a Secretaria. “Os presos que não possuem familiares cadastrados para visitação poderão receber visitas assistidas de amigos, desde que haja comprovada afinidade”, finaliza a pasta. 

Nos últimos dias, sete ônibus foram destruídos por incêndios criminosos em Belo Horizonte e na região metropolitana. Em pelo menos dois episódios, os responsáveis deixaram cartas ou bilhetes com reclamações atribuídas a detentos da Nelson Hungria. Em 12 de abril, após o incêndio a um coletivo no Bairro Colonial, em Contagem, na Grande BH, o texto falava contra o diretor da unidade, exigia tratamento menos rigoroso e ameaçava novos ataques. 

Na noite do último domingo, dia 15, outro coletivo foi incendiado no Bairro Alvorada, em Betim. Segundo a PM, consta no boletim de ocorrência que eles mandaram o motorista entregar quatro bilhetes às autoridades reclamando de “covardia e desrespeito” com as visitas dos presos do presídio de São Joaquim de Bicas 2, Complexo Penitenciário Nelson Hungria e do Presídio Antônio Dutra Ladeira. 

Em nota enviada nesta semana, a Seap informou que aguarda as investigações da Polícia Civil, “que apura suposto envolvimento de detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria na ordem de execução dos crimes” e “assegura que toda e qualquer conduta inadequada dos seus servidores, quando devidamente formalizada, é apurada nos termos da lei”. 
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