Jornal Estado de Minas

Após tragédia no Lourdes, prefeitura realiza poda de árvores na Região Centro-Sul

Com intuito de evitar acidentes como o da última semana – quando a queda de uma árvore sobre um transformador de energia incendiou nove carros e estragou outros dois no bairro de Lourdes – a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria de Obras e Infraestrutura, realizou a poda de três espécimes neste domingo. Localizadas na Avenida Francisco Salles, na área hospitalar, ao lado da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), as árvores causavam preocupação em quem passa pela região. 

O em.com.br foi até o local e ouviu as reclamações dos cidadãos que trabalham na área hospitalar. As principais limitações trazidas pelas árvores, antes das podas, estavam ligadas à segurança pública, uma vez que os galhos reduziam o alcance da iluminação das lâmpadas. "Os ladrões escondem atrás das árvores e aproveitam da escuridão abaixo delas. Por isso, sou obrigada a ir embora mais cedo. Já tive o celular roubado ali", ressaltou a cuidadora de idosos Vilma Ribeiro Moraes, de 61 anos, que presta serviços ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. 

Outro problema destacado pelos cidadãos diz respeito aos acidentes causados pela decomposição da madeira, que cai das árvores quando a vegetação não recebe o cuidado ideal. "Existiam várias galhas podres na parte de cima, por isso nós estamos retirando-as e fazendo a poda", afirma Washington Olímpio, supervisor da empresa vencedora da licitação referente à poda e corte de espécimes na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

De acordo com Olímpio, várias outras ações como essa estão planejadas durante as próximas semanas, com base em mapeamento realizado pela prefeitura. Há também elaboração de supressão de árvores.
Entretanto, segundo o supervisor, não é possível garantir quantas unidades recebem atenção da PBH diariamente, devido às limitações trazidas pelo trânsito da cidade. Na Avenida Francisco Salles, por exemplo, a equipe precisou esperar até o fim de semana para realizar os trabalhos, devido ao tráfego de ônibus, carros, motos e ambulâncias durante os dias úteis.

Promessa 

Na última semana, em contato com em.com.br, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte prometeu zerar a demanda de cortes e podas de árvores em três meses. Com isso, a PBH precisaria realizar trabalhos em mais de sete mil espécimes durante o período. Desse total, cerca de 30% se refere à remoção.

Os números mostram o tamanho da tarefa do poder público: seriam 2.384 árvores por mês ou quase 80 por dia, em cálculos proporcionais. Os dados causam preocupação em quem frequenta a cidade."É bem complicado. Eu não acredito que eles vão podar (ou cortar) 80 árvores por dia", afirmou a cuidadora de idosos Vilma Ribeiro Moraes.

Neste ano, até o último dia 5, foram removidas 816 árvores pelas equipes da capital. Outras 4.727 foram podadas, segundo levantamento da prefeitura.
A Centro-Sul, onde ocorreu o incidente mais recente e os trabalhos deste domingo, teve 297 podas e 64 remoções no período. 
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