O protesto de professores da educação infantil em frente a prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, Centro da capital, teve bombas, gás de pimenta e jatos d'água usados pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes. O prefeito Alexandre Kalil saiu da sede do Executivo para questionar a ação. A categoria entrou em greve nesta segunda-feira. Algumas Unidades Municipais Educação Infantil (Umeis) não abriram hoje e outras tiveram escala mínima. Profissionais da categoria fizeram uma passeata no Centro da capital no fim da manhã e se concentraram em frente a PBH, fechando a avenida.
Em uma nota divulgada em sua página no Facebook, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal (SindRede-BH) informou que a categoria reivindica equiparação salaria da carreira da educação infantil à do ensino fundamental.
Os professores participaram de uma assembleia na Praça da Estação, onde votaram pela continuidade da greve. De lá, eles seguiram em passeata pela Avenida Afonso Pena até a sede da PBH. Segundo a BHTrans, o trânsito ficou lento na região. A avenida chegou a ficar fechada nos dois sentidos. Houve negociação com Policiais Militares, mas, para dispersar os manifestantes, policiais usaram bombas de gás, efeito moral e jatos d'água. Depois disso, eles seguiram para o cruzamento da Rua Goiás com a Avenida Augusto de Lima.
Logo após o tumulto, o prefeito Alexandre Kalil saiu do prédio da prefeitura e questionou os policiais sobre o motivo da ação. Segundo informações do local, ele disse que não recebeu os docentes porque não estava na agenda. Ele marcou uma entrevista coletiva para as 14h, onde vai falar sobre o assunto.
Também por meio de nota, a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão informou que a pasta e a Secretaria de Educação aguardam a complementação da pauta de reivindicações para 2018, a ser enviada pelo sindicato.
“Em relação à unificação das carreiras de professor de ensino fundamental e de professor para educação infantil, informamos que o primeiro passo para avanços foi dado com o envio do Projeto de Lei nº442/2017 à Câmara de Vereadores. Na proposta, os professores com grau de escolaridade superior poderão ganhar até 3 níveis na carreira, o que resultará num ganho de até 15% de aumento no vencimento básico”, diz a nota.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, a equiparação salarial quase dobraria o salário inicial. “Hoje, essa unificação custaria para o Município cerca de R$ 80 milhões por ano, demanda inviável diante do cenário econômico financeiro atual.”