Uma sindicância será aberta para apurar se houve excessos na ação da Polícia Militar (PM) para dispersar professores da educação infantil que fizeram uma manifestação no Centro de Belo Horizonte nesta segunda-feira. Os militares fizeram uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de jatos d'água para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena. A investigação foi pedida pelo governador Fernando Pimentel (PT).
De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reunião foi convocada pelo governador com a cúpula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, então, ordenou a abertura de uma sindicância e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os responsáveis punidos”, informou por meio de nota.
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“Não houve a necessidade do uso de munições de borracha, apenas outros métodos dispersivos previstos no uso diferenciado da força. A PMMG se mantêm ávida no resguardo aos direitos previstos na Constituição e sempre faz com que o diálogo seja a premissa máxima para a resolução de problemas”, finalizou.
Prefeito critica sindicato
O prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou, na tarde desta segunda-feira, que o protesto dos professores da educação infantil foi uma ação premeditada e política realizada pelo sindicato que representa a categoria. “Lamentavelmente, contrariando os interesses dos professores, o sindicato promoveu o fechamento da principal, ou uma das principais, avenidas de Belo Horizonte”, disse.Segundo Kalil, a manifestação foi comunicada à prefeitura.
“A manifestação é legítima, é democrática e bem-vinda. Ela foi organizada pela BHTrans.
Reivindicação
Os professores reivindicam carreira única para os professores da rede municipal. “O que temos hoje é uma reposta totalmente negativa da nossa reivindicação. A nossa reivindicação é carreira única para professores da rede municipal. Temos professora graduada em pedagogia que ganha salário líquido de R$ 752, o que está sendo descontado no salário é o plano de saúde. Não tem condições de se manter financeiramente com nossas despesas diárias. Então, somos submetidos a jornadas tripla de trabalho”, conta Evângela Maria de Oliveira Rodrigues Alvertine, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Educação (Sindrede).
A Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão informou que há um projeto de lei na Câmara Municpal de Belo Horizonte com propostas de mudanças nas carreiras dos professores.
A proposta não agrada alguns professores. “Projeto que mexe um nível na nossa carreira. Não é o que a gente luta. A gente luta para ser reconhecida como professor municipal, com ingresso em nível superior, em nível 10”, disse Evângela Rodrigues. .