Jornal Estado de Minas

Vírus da gripe que infectou milhares nos EUA já atingiu 12 pessoas em Minas Gerais


Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocado por Influenza aumentam a cada semana em Minas Gerais. O vírus que mais tem atingido a população mineira é o H3N2, o mesmo que provocou a pior temporada de gripe nos Estados Unidos desde 2009. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), divulgados nesta terça-feira, mostram que 21 pessoas já foram infectadas pelo Influenza, destes, 12 foram por H3N2, quatro do H1N1, três do tipo A não subtipado e dois do tipo B. Uma das proteções mais eficiente é com a vacina, que está disponível em todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

O aumento dos casos podem ser vistos com a análise dos boletins epidemiológicos divulgados pela SES/MG. Em 9 de abril, Minas Gerais tinha 12 casos de SRAG provocados por Influenza. De lá para cá, o aumento foi de 58,3%. Já foram notificados neste ano 473 casos da Síndrome.
Nenhuma morte provocada por Influenza foi registrada.

Belo Horizonte é a cidade com o maior número de casos de Influenza. Ao todo, foram seis pessoas infectadas, todas pelo vírus H3N2. Contagem, na Grande BH, Mariana, na Região Central de Minas, Paraguaçu e Varginha, no Sul do Estado, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, também registraram casos do vírus. Araguari, no Triângulo, Buritis, na Região Noroeste, e Juatuba, na Grande BH, tiveram casos de H1N1. Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Lagoa Santa, na região metropolitana, registraram casos de Influenza B.

A Influenza é uma doença respiratória que pode levar a morte.
Ela é grave, principalmente, quando atinge crianças até cinco anos, gestantes, adultos acima de 60 anos, e portadores de doenças crônicas e que apresentam outras condições clínicas especiais. A infecção pela doença pode causar sintomas que se confundem com outras infecções virais e bacterianas. Ela se manifesta, normalmente, como uma Síndrome Gripal. O paciente pode ter sintomas como, febre, dor de cabeça e musculares, tosse, dor de garganta, e fadiga. Se for associado com dificuldade respiratória, o quadro passa para SRAG. Neste caso, a notificação é compulsória.

Vacinação


As doses que compõem a campanha de vacinação estão disponíveis pelo SUS para crianças de seis meses e menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias); adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; gestantes; puérperas (mulheres que estão no período de até 45 dias após o parto); mulheres e homens com 60 anos ou mais; trabalhadores da área de saúde; povos indígenas; pessoas privadas de liberdade; portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais que comprometam a imunidade; e professores de escolas públicas ou privadas.

Estudos comprovam que a vacinação contra gripe é importante. Ela é capaz de reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, diminuir de 39% a 75% a mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à influenza. As doses são constituídas por vírus inativados, fracionados e purificados.
Dessa forma, não causam a doença.

Algumas pessoas podem sofrer algumas “manifestações”, segundo a SES/MG, como dor no local da injeção, eritema (vermelhidão da pele) e enduração (endurecimento do músculo), que ocorrem em 15% a 20% dos pacientes. Casos de febre, mal-estar e dor no corpo de 6 a 12 horas depois da vacinação podem ocorrer e persistir por um a dois dias. No ano passado, a cobertura vacinal em Minas foi de 91,2%, mas ainda assim, alguns grupos do público-alvo foram contemplados em percentuais abaixo desse nível. Entre crianças e gestantes, a vacinação atingiu 80% da meta.

Medidas de higiene podem também ser tomadas pelos moradores. Ao tossir e espirrar, deve-se usar a parte interna dos braços para tampar o rosto. Especialistas orientam as pessoas para o uso de lenços descartáveis, além de evitarem locais com aglomeração. Outras orientações são deixar o ar circular principalmente no inverno e em dias frios; não se automedicar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, copos e pratos; e, diante de qualquer sintoma, procurar um posto de saúde..