Jornal Estado de Minas

Penitenciária Nelson Hungria registra terceira fuga de presos em 2018

Movimentação na Penitenciária Nelson Hungria na manhã desta quarta-feira - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press
Pelo menos quatro detentos fugiram, na noite de terça-feira, do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essa é a terceira fuga de presos registrada na penitenciária de segurança máxima. Com o caso de ontem, mais de 20 pessoas escaparam da unidade. 

De acordo com a Polícia Militar (PM) em Contagem, a corporação foi acionada por volta das 21h47 sobre a fuga dos presos. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que, durante o último banho de sol, os detentos alcançaram o telhado de um dos pavilhões e, ao anoitecer, usaram uma tereza (corda improvisada) para ultrapassar a muralha. 

A Seap identificou os foragidos como Mário Santana Cândido Júnior, Jonatas Ferreira Carneiro, Vinício Gomes de Andrade e Edicarlos Lopes Silva. “A população pode ajudar as Polícias Civil e Militar com informações sobre o paradeiro destes indivíduos ligando para o Disque Denúncia 181, serviço com absoluto sigilo”, ressalta a Seap. A Secretaria informou que foi aberto um procedimento interno para apurar o ocorrido e que a Polícia Militar está empenhada na recaptura. 

Desde o início deste ano, o Complexo Penitenciário Nelson Hungria tem sido um ponto de alerta na segurança pública. Na manhã de 27 de janeiro, oito presos fugiram da unidade. No mesmo fim de semana, os presos queimaram colchões e roupas de cama em um princípio de motim.
Em vídeos, que teriam sido feito pelos internos dentro do presídio e divulgado nas redes sociais, eles reclamaram da falta de água e comida, alegando que seria retaliação da direção devido à fuga. 



No dia 31 de janeiro, foi realizada uma operação pente-fino no presídio, com atuação do Centro Integrado de Comano e Controle Móvel (CICC-Móvel). No entanto, áudios que circularam pela internet na noite de terça-feira indicaram que tanto os presos quanto os agentes penitenciários já sabiam na noite anterior que haveria a operação, o que pode ter facilitado a vida dos detentos. Em um dos áudios, uma pessoa que supostamente seria um preso dizia que o presídio estava preparando comida para 400 agentes do sistema prisional. Segundo o suposto preso, isso indicaria uma intervenção na cadeia ou treinamento, mas ele “não pagaria para ver”. 

Em 17 de março, um sábado, mais 10 presos fugiram durante a madrugada. A Seap não esclareceu como eles conseguiram sair do complexo. 

Já em abril, vários ônibus foram destruídos por incêndios criminosos e em pelo menos dois episódios, os responsáveis deixaram cartas ou bilhetes com reclamações atribuídas a detentos da Nelson Hungria. No último dia 22, três carros foram incendiados perto da penitenciária. O crime, segundo testemunhas informaram à Polícia Militar, foi cometido por dois homens que chegaram em uma motocicleta. 
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