Professores da educação infantil e do ensino fundamental de Belo Horizonte fazem uma assembleia na tarde desta quarta-feira em frente a sede da Prefeitura. Os manifestantes fecham parte da Avenida Afonso Pena, no Centro. Os educadores decidiram manter a greve que teve início na segunda-feira nas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis). A Polícia Militar (PM) acompanha o ato. Ao menos mil pessoas, segundo a PM, participam do protesto. O prefeito, Alexandre Kalil (PHS) e o vice-prefeito (Rede) Paulo Lamac, se reúnem com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) nesta tarde no prédio da administração municipal.
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De acordo com a BHTrans, os professores estão na pista no sentido Centro/Bairro Mangabeiras. Eles ocupam duas faixas da Avenida Afonso Pena entre a Rua da Bahia e a Avenida Álvares Cabral.
A categoria está em greve e pede carreira única para os educadores da rede municipal. Representantes dos educadores estão em reunião com o prefeito Alexandre Kalil, o Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis e a Secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben, nesta tarde. Enquanto isso, uma nova assembleia será realizada pela categoria.
Confusão
A nova assembleia acontece dois dias depois que houve um tumulto na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, durante um ato dos professores, a Polícia Militar (PM) fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de jatos d'água para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena.
O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Giovanne Silva, afirmou que a PM tentou negociar com a categoria em duas oportunidades, durante uma hora e meia, mas não obteve sucesso. A primeira delas, segundo o oficial, foi executada pelo 1º Batalhão da PM, responsável pela área. De acordo com o coronel, as lideranças sindicais concordaram em liberar todas as pistas da avenida ao meio-dia – com objetivo de não prejudicar o tráfego de ambulâncias, a partir da faixa SOS, e o direito de ir e vir dos cidadãos. Entretanto, o representante da PM afirma ter havido votação na qual os manifestantes decidiram não cumprir o acertado.
Com isso, foi adotada uma segunda posição, na qual os militares avisaram que o "uso progressivo da força" seria empregado caso as pistas não fossem desocupadas. Novamente, de acordo com o coronel Giovanne Silva, os manifestantes mantiveram o bloqueio. "A partir daí, por uma decisão do comando da corporação, foi usada a força dentro do escalonamento já previsto em nosso protocolo", afirmou o comandante do Policiamento Especializado.
Os manifestantes acusam a PM de truculência. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reunião foi convocada pelo governador com a cúpula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, então, ordenou a abertura de uma sindicância e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os responsáveis punidos”, informou por meio de nota. .