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Estado de Minas

Professores municipais de BH fazem ato na Av. Afonso Pena e mantêm greve

Os manifestantes fecham duas pistas da Avenida Afonso Pena em direção ao Bairro Mangabeiras. Segundo a BHTrans, o trânsito é lento na região


postado em 25/04/2018 14:15 / atualizado em 25/04/2018 16:31

Professores fecham parte da pista da Avenida Afonso Pena, próximo a sede da Prefeitura de Belo Horizonte(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Professores fecham parte da pista da Avenida Afonso Pena, próximo a sede da Prefeitura de Belo Horizonte (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Professores da educação infantil e do ensino fundamental de Belo Horizonte fazem uma assembleia na tarde desta quarta-feira em frente a sede da Prefeitura. Os manifestantes fecham parte da Avenida Afonso Pena, no Centro. Os educadores decidiram manter a greve que teve início na segunda-feira nas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis).  A Polícia Militar (PM) acompanha o ato. Ao menos mil pessoas, segundo a PM, participam do protesto. O prefeito, Alexandre Kalil (PHS) e o vice-prefeito (Rede) Paulo Lamac, se reúnem com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) nesta tarde no prédio da administração municipal.



Com carro de som, a categoria acusa o prefeito Alexandre Kalil (PHS) de mentir sobre os salários pagos aos professores. A PBH sustenta que a média de rendimentos é de R$ 3.409,05 para as educadoras do ensino infantil e de R$ 7.522,39 para os profissionais do ensino fundamental. A categoria contesta e afirma que tais valores só são pagos a professores que dobram, ou seja, trabalham em dois turnos. "Mesmo assim, o valor nao chega a isso. Gostaria de saber onde estão os meus R$ 3 mil", disse uma professora de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) da região de Venda Nova, que pediu anonimato, mostrando o contra-cheque com um valor líquido aproximado de R$ 2,7 mil.

Ela trabalha em dois turnos e, por isso, tem dois salários: o mínimo pago a quem está entrando na rede (bruto de R$ 1.451,93) e outro do chamado nível 2, para quem tem três anos de prefeitura e já saiu do período probatório (R$ 1.524,52). "Muitas professoras ganham só os R$ 1,4 mil, que sofre o desconto dr vale-transporte e plano de saúde. Se for a mulher e 2 filhos, por exemplo, nem o marido pode ser incluído no plano, porque existe uma margem de comprometimento do salário. Como o plano é coparticipação, tudo que usa é cobrado", explica outra professora que também preferiu anonimato. "Além disso, quem dobra não tem salário garantido, pois, normalmente, cobrimos licenças de dias ou mês", completa.

 

De acordo com a BHTrans, os professores estão na pista no sentido Centro/Bairro Mangabeiras. Eles ocupam duas faixas da Avenida Afonso Pena entre a Rua da Bahia e a Avenida Álvares Cabral. Devido ao ato, o trânsito é lento na região. Viaturas da PM estão paradas no canteiro central ao longo da via. A tropa de choque também está no local para acompanhar o protesto.

A categoria está em greve e pede carreira única para os educadores da rede municipal. Representantes dos educadores estão em reunião com o prefeito Alexandre Kalil,  o Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis e a Secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben, nesta tarde. Enquanto isso, uma nova assembleia será realizada pela categoria.

Trânsito é lento na região na pista no sentido Centro/Bairro Mangabeiras(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Trânsito é lento na região na pista no sentido Centro/Bairro Mangabeiras (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Confusão


A nova assembleia acontece dois dias depois que houve um tumulto na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, durante um ato dos professores, a Polícia Militar (PM) fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de jatos d'água para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena.

O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Giovanne Silva, afirmou que a PM tentou negociar com a categoria em duas oportunidades, durante uma hora e meia, mas não obteve sucesso. A primeira delas, segundo o oficial, foi executada pelo 1º Batalhão da PM, responsável pela área. De acordo com o coronel, as lideranças sindicais concordaram em liberar todas as pistas da avenida ao meio-dia – com objetivo de não prejudicar o tráfego de ambulâncias, a partir da faixa SOS, e o direito de ir e vir dos cidadãos. Entretanto, o representante da PM afirma ter havido votação na qual os manifestantes decidiram não cumprir o acertado.

Com isso, foi adotada uma segunda posição, na qual os militares avisaram que o "uso progressivo da força" seria empregado caso as pistas não fossem desocupadas. Novamente, de acordo com o coronel Giovanne Silva, os manifestantes mantiveram o bloqueio. "A partir daí, por uma decisão do comando da corporação, foi usada a força dentro do escalonamento já previsto em nosso protocolo", afirmou o comandante do Policiamento Especializado.

Os manifestantes acusam a PM de truculência. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reunião foi convocada pelo governador com a cúpula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, então, ordenou a abertura de uma sindicância e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os responsáveis punidos”, informou por meio de nota.


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