A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai apresentar na próxima semana uma proposta para os professores da educação infantil que estão em greve desde segunda-feira. O estudo foi acordado em reunião realizada na tarde desta quarta-feira entre representantes da categoria, o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis e a secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben. Os educadores mantiveram, em assembleia, continuar a paralisação. Daqui a oito dias, vão voltar a se reunir para decidir se aceitarão ou não a proposta para pôr fim ao movimento.
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Professores municipais de BH fazem ato na Av. Afonso Pena e mantêm greveKalil marca reunião com representantes dos professores na prefeituraProfessores de escolas particulares decidem cruzar os braçosProfessores da educação infantil farão ato em frente a sede da PBH nesta quarta-feiraPM usa bombas e jatos d'água em protesto de professores no Centro de BHKalil diz que sindicato contrariou os interesses dos professores e fechou a Av. Afonso PenaProfessores das Umeis decidem por manter greve em BHProfessores das Umeis recusam proposta e mantêm greve em BH Prefeito Alexandre Kalil descarta reajuste escalonado para professores das UmeisOs professores se reuniram na tarde desta quarta-feira na frente da sede da PBH, na Avenida Afonso Pena onde fizeram uma assembleia. Aproximadamente mil pessoas fecharam parte da avenida por volta das 14h. Lá, decidiram continuar o movimento grevista. Devido a interdição parcial, o trânsito ficou lento na Região Central da capital mineira.
Por volta das 17h30, logo após o resultado da reunião com o prefeito e outros representantes da administração municipal, o grupo fez uma passeata até a Praça Sete, onde encerraram o ato.
Reivindicação
A categoria está em greve e pede carreira única para os educadores da rede municipal.
Ela trabalha em dois turnos e, por isso, tem dois salários: o mínimo pago a quem está entrando na rede (bruto de R$ 1.451,93) e outro do chamado nível 2, para quem tem três anos de prefeitura e já saiu do período probatório (R$ 1.524,52). "Muitas professoras ganham só os R$ 1,4 mil, que sofre o desconto dr vale-transporte e plano de saúde. Se for a mulher e 2 filhos, por exemplo, nem o marido pode ser incluído no plano, porque existe uma margem de comprometimento do salário. Como o plano é coparticipação, tudo que usa é cobrado", explica outra professora que também preferiu anonimato.
Confusão
A nova assembleia aconteceu dois dias depois que houve um tumulto na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, durante um ato dos professores, a Polícia Militar (PM) fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de jatos d'água para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena.
O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Giovanne Silva, afirmou que a PM tentou negociar com a categoria em duas oportunidades, durante uma hora e meia, mas não obteve sucesso. A primeira delas, segundo o oficial, foi executada pelo 1º Batalhão da PM, responsável pela área. De acordo com o coronel, as lideranças sindicais concordaram em liberar todas as pistas da avenida ao meio-dia – com objetivo de não prejudicar o tráfego de ambulâncias, a partir da faixa SOS, e o direito de ir e vir dos cidadãos. Entretanto, o representante da PM afirma ter havido votação na qual os manifestantes decidiram não cumprir o acertado.
Com isso, foi adotada uma segunda posição, na qual os militares avisaram que o "uso progressivo da força" seria empregado caso as pistas não fossem desocupadas. Novamente, de acordo com o coronel Giovanne Silva, os manifestantes mantiveram o bloqueio. "A partir daí, por uma decisão do comando da corporação, foi usada a força dentro do escalonamento já previsto em nosso protocolo", afirmou o comandante do Policiamento Especializado.
Os manifestantes acusam a PM de truculência. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reunião foi convocada pelo governador com a cúpula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, então, ordenou a abertura de uma sindicância e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os responsáveis punidos”, informou por meio de nota.