Jornal Estado de Minas

Detido suspeito de atear fogo em ônibus na capital mineira


Um dos suspeitos de atear fogo em um ônibus em Belo Horizonte foi detido e liberado na tarde desta sexta-feira pela Polícia Militar. Leonardo Martins se apresentou aos policiais que faziam uma operação no Morro do Boréu, na Região de Venda Nova, e foi encaminhado para a delegacia. O ataque foi o nono na capital mineira desde o último dia 12. Os autores deixaram um bilhete com supostas reivindicações de detentos do Presídio de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

O ataque a ônibus aconteceu por volta das 2h  próximo ao cruzamento da Avenida Leontino Francisco Alves com a Rua Guido Leão. De acordo com a PM, o veículo foi queimado por três homens armados que chegaram em um carro escuro e renderam o motorista. O veículo foi apreendido. Os autores deixaram um bilhete com supostas reivindicações de detentos e fugiram. As chamas atingiram a rede elétrica e também parte do quintal de uma casa.

Ninguém ficou ferido.

Logo após o incêndio criminoso, a PM iniciou os levantamentos para identificar os criminosos. “Conseguimos, com as próprias testemunhas, a identificação do suspeito. Iniciamos uma operação saturação no morro onde o autor mora. A gente foi várias vezes na residência dele, conversamos com os familiares, e nada. Por volta das 12h, ele nos procurou e se entregou”, afirmou o major Rafael Coura.

Aos militares, o homem não quis se pronunciar sobre o caso.
“Não entrou em detalhes pessoalmente. O encaminhamos para a delegacia onde já está sendo ouvido por um delegado”, disse. O suspeito foi levado para a Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) Venda Nova.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi interrogado e liberado ainda nesta sexta-feira, uma vez que não havia mandado de prisão contra ele e o período do flagrante já havia passado. A corporação informou que ele era proprietário do veículo que teria sido usado na "investida criminosa" e que ele continua sendo investigado. Polícia quer chegar aos autores do crime. 

Por meio de nota, divulgada na quinta-feira, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) disse que ainda não é possível relacionar os incêndios dos veículos ao sistema prisional e que acompanha o andamento dos casos. “A pasta ressalta que aguarda as investigações da Polícia Civil e que todas as denúncias formalizadas são devidamente apuradas nos termos da lei”, finaliza.

Série de atentados


A onda de ataques a ônibus começou em 12 de abril, quando três veículos foram incendiados no Bairro Juliana, em Belo Horizonte, em Contagem e em Brumadinho. De lá para cá, em pelo menos quatro casos os criminosos deixaram cartas ou bilhetes.

Em Contagem, no dia 12, e em Betim, no dia 15, foram recolhidas cartas com supostas reivindicações de detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria.
Na noite do dia 16, outro veículo foi incendiado no Bairro Piratininga, na Região de Venda Nova. Consta no boletim de ocorrência que os responsáveis mandaram o motorista entregar quatro bilhetes às autoridades reclamando de “covardia e desrespeito” com as visitas dos presos do presídio de São Joaquim de Bicas 2, Complexo Penitenciário Nelson Hungria e do Presídio Antônio Dutra Ladeira..