Jornal Estado de Minas

Descubra como viviam os primeiros habitantes de Minas Gerais

Buenópolis, Diamantina e Joaquim Felício – Os grupos de primeiros habitantes de Minas, por volta de 11 mil anos atrás, eram geralmente familiares, com cerca de uma dúzia de indivíduos. Perambulavam à procura de caça, pesca e coleta de alimentos, geralmente cocos, raízes, frutas e outros vegetais.

Sempre em movimento, usavam abrigos naturais para se estabelecer temporariamente, deixando desenhos com representações ritualísticas, indicando resultados de caçadas e observações. Suas ferramentas eram rudimentares, de pedras lascadas e polidas, com utilização de madeira, resinas e tramas vegetais. Não dominavam técnicas de agricultura.


Luzia, nome dado ao crânio de Homo sapiens mais antigo do Brasil, com 11,5 mil anos, estava entre esses nômades. Ela morreu com cerca de 25 anos e seus restos mortais foram encontrados na década de 1970 em uma caverna em Matozinhos, na Grande BH, sob 13 metros de detritos.


A reconstituição da sua face, em 1999, provocou uma revolução ao demonstrar sua descendência negroide, da África ou Oceania, numa época em que se acreditava que os primeiros americanos eram mongoloides, vindo da Mongólia e da Sibéria. O crânio se encontra no Museu da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Os nômades da Serra do Cabral, na região de Buenópolis e Joaquim Felício são conhecidos por várias tradições de pinturas rupestres que até hoje decoram formações rochosas nessas regiões.

Tradição Planalto

Dominavam a Região Cárstica de Lagoa Santa. Seus traços nas pedras retratavam humanos em danças e caçadas, bem como animais, a exemplo de cervos, peixes, aves e répteis.

Tradição Agreste

Maior presença na região do agreste da Paraíba, Pernambuco e Bahia. Os desenhos e representações são mais simples e toscos, com poucos animais e figuras humanas grandes, isoladas e sem movimento.

Tradição Montalvânia

Vindos, sobretudo, da região do Vale do Peruaçu e de Montalvânia, no Norte de Minas.
Composta por figuras humanas, que muitas vezes sugerem movimentos, misturas de homens e animais, objetos como armas e ferramentas, pés e figuras geométricas pouco sofisticadas.

Tradição São Francisco

Povos que circulavam pelo Vale do Velho Chico, de Sergipe a Minas Gerais. Deixaram impressas nas rochas formas geométricas e traços bem delimitados, com cores variadas. Poucos animais, a maioria peixes, pássaros, cobras e tartarugas.

(A LOJA ROTA PERDIDA/ROTA EXTREMA – www.rotaperdida.com.br – forneceu parte dos equipamentos usados nas expedições)

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