Uberlândia, no Triângulo mineiro, registrou na tarde de domingo o 10º ataque a ônibus em pouco mais de uma semana. A ação de criminosos faz parte de uma onda de ataques a coletivos que tem deixado a população insegura e causa transtornos a passageiros. Em nove dias, nove coletivos foram alvo de bandidos. A Polícia Militar da cidade acredita que este último também está relacionado a represálias no sistema prisional.
O motorista da linha A439 (Terminal Planalto/Pequis) relatou em depoimento que trafegava pela Rua Sai Azul, no Bairro Pequis, por volta das 17h30, quando foi abordado por três homens dentro do ônibus. Eles anunciaram que ateariam fogo ao veículo. O condutor parou o coletivo imediatamente e liberou as portas para que os passageiros saíssem. Ele relatou ainda que viu um dos bandidos espalhando o conteúdo líquido inflamável de uma garrafa pet, próximo à sua cadeira e ateando fogo. Ninguém ficou ferido.
O trio fugiu a pé. O ônibus foi parcialmente queimado. Pessoas que estavam no entorno usaram baldes e mangueiras dos jardins das casas próximas ao local para combater o princípio de incêndio. As chamas foram debeladas antes mesmo da chegada dos Bombeiros. Foram feitas buscas para identificar os criminosos, mas ninguém ainda foi preso.
Desde o último dia 20 até quarta-feira da semana passada, houve ataques diariamente. Na quarta, no Bairro Jardim Canaã, criminosos atingiram um ônibus com uma barra de ferro e tentaram atear fogo ao veículo, mas não conseguiram. Mais tarde, por volta das 22h, um coletivo foi incendiado no Bairro Jardim Ipanema e ficou completamente destruído. Menos de uma hora depois, um novo ônibus foi incendiado, desta vez, no Bairro Osvaldo Resende. Até agora, cinco pessoas foram presas e três adolescentes apreendidos por suspeita de envolvimento. Cinco deles já têm passagem pela polícia.
Dos nove ônibus atacados, cinco ficaram completamente destruídos pelo incêndio, dois foram parcialmente destruídos e outros dois não chegaram a ser incendiados e tiveram apenas danos estruturais. O comando da PM de Uberlândia fez diversas reuniões para gerenciar a crise nos últimos dias, inclusive com a participação do Ministério Público. O crime de ontem também será investigado pela Polícia Civil.