Técnicos da Defesa Civil de Belo Horizonte vão realizar uma vistoria complementar no local onde uma casa desabou no fim da tarde de terça-feira no Bairro Mantiqueira, Região de Venda Nova. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, a equipe vai ao local no início da tarde desta quarta-feira. “O objetivo de verificar se a vistoria de ontem deixou passar algum detalhe relevante, pois foi feita à noite e na movimentação do resgate”, explicou a pasta hoje.
A casa de dois andares ficava na rua Antônio Marçal Sampaio. O imóvel abrigava um centro religioso de umbanda, que promove encontros de duas a três vezes por semana. Conforme o tenente Júlio Brant, do Corpo de Bombeiros, das nove pessoas que estavam no local, oito ficaram feridas e quatro precisaram ser retiradas dos escombros pelos militares. Todas as vítimas foram resgatadas conscientes, com escoriações e fraturas. Quarenta militares participaram da ação, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Polícia Militar, Guarda Municipal, Defesa Civil e BHTrans. Os trabalhos no local foram encerrados pouco antes da 1h.
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Centro religioso desaba e deixa feridos na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte Bombeiros não localizaram 44 moradores do prédio que desabou em São Paulo Em Venda Nova, criança brinca com isqueiro e incendeia sua própria casaBombeiro aponta 'risco elevado' em prédios ocupados no Centro de BHO em.com.br apurou que as outras foram identificadas como Graziela, de 23 anos, Adilson da Silva, 32, Elisa Gonçalves, de 16 anos, e Marcos Lucas Mesquita. Um homem e uma mulher estão internados no Hospital João XXIII e estão estáveis, segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). A Secretaria Municipal de Saúde informou que utras duas vítimas foram socorridas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, no Bairro Primeiro de Maio, e tiveram alta ontem. Nem a Fhemig, nem a pasta divulgaram os nomes dos pacientes.
Após ouvir moradores, os bombeiros chegaram a informar que cerca de 10 pessoas estavam no local na hora do incidente, mas apenas oito foram retiradas do local. Por volta das 21h, foram feitas varreduras com cães farejadores nos escombros em busca de outras vítimas, mas ninguém foi encontrado. Os bombeiros resgataram ainda um cachorro com vida e dois mortos.
Por volta de 17h50, Jucimar Santos, de 25 anos, que mora em frente a casa que desabou, terminava de assistir ao jogo entre Real Madri e Bayern de Munique quando ouviu um grande estrondo. Ao chegar na rua viu vários moradores assustados e uma grande nuvem de poeira na casa vizinha. “O jogo tinha acabado de terminar quando ouvimos um barulho enorme. Pareceu até uma explosão. Todo mundo veio para a rua assustado, sem saber o que tinha acontecido. A poeira tomou conta de tudo. Liguei para os bombeiros e fui ajudar. Vi algumas pessoas sendo retiradas do local”, conta Jucimar.
Segundo os vizinhos, o imóvel é antigo mas nunca houve qualquer problema de desabamento na rua. Um dos moradores, pai de uma das vítimas que foi resgatada, contou à reportagem que nos últimos dias viu um pedreiro trabalhando no muro da casa. “A dona da casa mandou o pedreiro derrubar um muro há poucos dias. Acho que fez isso da cabeça dela, sem se preocupar com nada. E o muro veio todo ao chão”, supôs o morador, que não quis se identificar.
Segundo a Polícia Civil, uma equipe da perícia de engenharia esteve no local pela manhã realizando os trabalhos de praxe. O laudo com a causa do desabamento deve ser concluído em 30 dias. “Houve um vazamento de gás, mas ele foi suprimido pelas guarnições e o risco eliminado. Como ali era uma residência, a gente especula que pode ter sido um botijão que ocasionou o vazamento, mas fizemos uma busca e eliminamos esse risco. Fizemos aferições para constatar a volatilidade da mistura, mas, ao longo do empenho, ao final já não havia mais risco de volatilidade”, detalhou o tenente Brant nesta manhã ao em.com.br. No entanto, segundo ele, é difícil presumir que o vazamento tenha relação com o ocorrido, mas engenheiros e técnicos da Defesa Civil mencionaram ontem que algumas paredes do imóvel estavam sendo retiradas e, com a supressão, o imóvel pode não ter suportado o peso.