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Jacaré é visto na orla da Lagoa da Pampulha e atrai curiososPampulha busca plano estratégico quase dois anos após receber título da UnescoNova etapa de desassoreamento na Lagoa da Pampulha deve começar no 1º semestreApós Igrejinha da Pampulha, Museu de Arte também vai passar por obrasEm 3 meses, mais de 150 toneladas de lixo foram recolhidas de quatro BRs em MinasQuando anunciar os novos valores do tratamento da água e como se dará o novo procedimento, a PBH terá a noção exata de quanto terá que gastar anualmente com o “condomínio da lagoa”, expressão usada pelo diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Ricardo Aroeira para falar do custo total da operação limpeza no manancial. Além do tratamento da água, esse condomínio inclui outras duas vertentes de ação e investimento para manter o principal cartão-postal da cidade nos atuais padrões alcançados e dentro das expectativas de moradores e turistas.
Porém, como a “terapia de choque” já foi concluída na lagoa, Ricardo Aroeira destaca que a quantidade de produtos usados na nova fase do tratamento será menor, com o objetivo de manutenção dos resultados alcançados, o que certamente vai baratear o valor do contrato. “A sociedade tem que entender que tem que pagar o condomínio para ter a Lagoa da Pampulha bem. Assim como nós precisamos pagar um condomínio para o prédio em que a gente mora se mantenha íntegro e limpo, para que aconteça o mesmo com a Lagoa da Pampulha há uma despesa permanente. Ela será declinante à medida que o aporte de sedimentos da lagoa vá decrescendo. E isso está ocorrendo”, diz o responsável pela gestão das águas urbanas de BH.
Aroeira ainda pontua que a falta de continuidade imediata do tratamento, por conta da definição jurídica de como se dará a nova contratação, não vai causar prejuízo para a lagoa. “Uma vantagem é que os produtos aplicados têm efeito residual. Então, a simples paralisação em um curto prazo não vai implicar retrocesso para a qualidade da água da Lagoa da Pampulha”, acrescenta.
CARGA DE POLUIÇÃO Apesar dos avanços destacados pelo diretor da Secretaria de Obras, ainda é possível se deparar com problemas na Lagoa da Pampulha, o que é normal, conforme Ricardo Aroeira. Ele aponta que o maior trunfo do lago ocorre justamente nos momentos mais críticos – de seca extrema ou no auge das chuvas.
“É importante que haja um entendimento, a gente sempre gosta de frisar, que, pontualmente, a qualidade da água pode oscilar em função da chegada de uma carga de poluição inesperada ou de uma alteração no regime de chuvas. Hoje, o grande sucesso é que temos uma lagoa mais resiliente. Ela tem uma capacidade de resposta que há dois anos não tinha. Então, consegue absorver e num curto prazo de alguns dias se recompõe e fica bem outra vez sem nenhuma ação intensiva para que isso ocorra”, diz.
Os dados de janeiro de 2018, por exemplo, mostram índices piores do que os de janeiro de 2017, mas as chuvas deste ano foram significativas. Os números ainda ficaram bem distantes do limite da classe 3.
ESGOTO Em dezembro, a Copasa concluiu as obras de implantação de mais 13 quilômetros de redes coletoras e interceptoras de esgoto, elevando o percentual de atendimento à Bacia da Lagoa da Pampulha a 95,53%, conforme a companhia de saneamento estadual. Ainda segundo a Copasa, cerca de 10 mil imóveis ainda não se ligaram à rede instalada na rua pela empresa, o que significa que essas famílias continuam jogando o esgoto em córregos tributários da lagoa.
“Para reduzir esse número, a companhia realiza um trabalho para conscientizar os moradores sobre os benefícios do esgoto coletado e tratado para a saúde e para o meio ambiente”, informou. Além disso, a empresa desenvolve o programa Caça Esgoto, que busca os lançamentos indevidos de resíduos em galerias pluviais de vilas, aglomerados e favelas.
Lixo na lagoa ainda é desafio
Se por um lado o trabalho de tratamento da água da Lagoa da Pampulha, principal cartão-postal de Belo Horizonte, traz boas perspectivas para a qualidade da represa, por outro o lixo acumulado dentro do lago representa um grande desafio para a administração municipal. Todos os dias são retiradas 10 toneladas de resíduos sólidos do espelho d’água durante o período de seca e a quantidade chega a 20 toneladas diárias na temporada de chuvas.
“É papel de cada um de nós como cidadãos ajudar. O poder público tem que fazer a sua parte, mas se a sociedade não dispuser o lixo adequadamente no dia certo e na hora certa para coleta esse resíduo vai continuar chegando à Lagoa da Pampulha. E olha que BH e Contagem têm cobertura altíssima de coleta de lixo”, afirma Ricardo Aroeira. O gestor destaca que o lixo recolhido do espelho d’água também contribui para a piora da qualidade do lago, pois as pessoas têm costume de jogar todo o tipo de material dentro do lixo doméstico e muitos deles, em contato com a água, promovem a sua degradação.
Aroeira descarta intervenções da prefeitura para barrar a entrada de lixo pelos oito córregos que alimentam a lagoa. Segundo ele, se fossem colocadas barreiras para prender o lixo antes que os resíduos entrem na lagoa seria criado um outro problema.
Entre materiais que já foram recolhidos de dentro da represa se destacam capacete, moto, carro, placas e cones usados para sinalizar o trânsito, animais mortos como bois, cavalos, cachorros e porcos, banheiro químico, carrinho de compras, geladeira, computador, entre outros. Além da retirada dos resíduos do espelho d’água, uma vez por ano o canal dos córregos Ressaca e Sarandi, os dois maiores que chegam na lagoa, são limpos a fim de evitar que sedimentos sejam carreados para a lagoa.
Palco de disputas
A lagoa mais famosa de Belo Horizonte já foi uma espécie de arena de esportes náuticos. Principalmente nas décadas de 1940 e 1950, quando a água era bem mais limpa, não era difícil flagrar amantes da canoagem e de barcos a vela sobre o espelho d’água. O rompimento da barragem, na década de 1950, e, posteriormente, o acúmulo de lixo no local devido ao crescimento urbano afugentaram os esportistas, embora provas de remo ainda tenham ocorrido até a década de 1970. Em junho do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) deu sinal verde para voltar a receber os esportes náuticos no espelho d’água. Porém, ainda não foram definidos os detalhes que permitirão o início das atividades..