Jornal Estado de Minas

Orquidário do Parque Municipal de BH será reaberto em junho

Tatiani Cordeiro, gerente da Fundação Zoobotânica, mostrou o espaço reformado - Foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press
Uns são completamente apaixonados pela flor, outros consideram a atividade puro lazer e a maioria, sem dúvida, só enxerga beleza em cada pétala. As orquídeas encantam e têm uma legião de fiéis admiradores na capital sempre preocupados em aprender mais sobre o cultivo, apresentar suas plantas em exposições e fazer amigos em animados bate-papos sobre esse recorte da natureza. Para tornar mais amplo o universo colorido, perfumado e de formas variadas, a Sociedade Orquidófila de Belo Horizonte (SOBH), criada em 1949 e mais antiga em funcionamento no estado, está de casa renovada no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, com entrada principal pela Avenida Afonso Pena, no Centro. Custeada com recursos de uma compensação ambiental repassada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a obra está pronta e reinaugurada em junho.

De tão entusiasmados com as flores – no mundo, há cerca de 3 mil gêneros e mais de 30 mil espécies –, os orquidófilos foram apelidados de “orquidoidos”, brinca o vice-presidente da SOBH, o coronel reformado da Polícia Militar (PM) Euro Magalhães, que se dedica ao cultivo do espécime desde a década de 1960. “É algo apaixonante e sem explicação, além de muito saudável. Minha mulher, Vita Maria, fala que as orquídeas são maravilhas que Deus criou”, diz o coronel, certo de que a reforma na sede da sociedade representa um “senhor atrativo”, por oferecer melhores dependências para exposições, cursos, oficinas ou apenas para a visita de moradores e turistas.

Guiada pela gerente de Parque Centro-Sul/Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, bióloga Tatiani Cordeiro Anunciação de Souza, a equipe do Estado de Minas visitou o espaço restaurado e pintado de verde, embora sem o toque final, pois o local será lavado para receber os vasos de flores sobre as bancadas. O coronel Euro adianta que serão colocadas no Orquidário do Parque Municipal cerca de 450 plantas de espécies diferentes. A recuperação faz parte do pacote de obras comemorativas dos 120 anos de BH, informa o vice-prefeito Paulo Lamac, admirador confesso das orquídeas.

CASCATA Em quatro meses de obra, na atual administração municipal, foram colocadas telhas especiais e próprias para filtrar a luz solar, trocada toda a parte elétrica, com instalação de novos holofotes nas partes interna e externa do prédio, refeita a parte hidráulica, pintadas as ferragens e alvenaria e trocados os vidros.
Portas de blindex foram instaladas, num convite “transparente” a quem passa lá fora para entrar e admirar o conjunto de flores.

Outro destaque está na cascata que, além de embelezar, garante umidade ao ambiente, informa Tatiani. Ela conta que a cascata, com espelho d’água no entorno, recebeu um novo sistema de bombeamento de água e receberá flores sobre as pedras, como avencas, bromélias, samambaias e, claro, orquídeas e todo o piso, foi impermeabilizado, para evitar infiltrações.

Além desses complementos, acrescenta Tatiani, serão revitalizados os jardins externos e recompostos, com plantas, canteiros internos. Ao lado do orquidário está o auditório do Parque Municipal, também restaurado e onde, toda quinta-feira, às 20h30, são realizadas as reuniões da SOBH. Colado nos dois espaços, fica o posto de atendimento da Guarda Municipal. Para os visitantes, o melhor acesso é pelas avenidas Andradas e Ezequiel Dias.



GERAÇÕES
Entusiasmado com a história do orquidário,  inaugurado em 12 de dezembro de 1966, o vice-prefeito Paulo Lamac, cujo bisavô, João Lamac Filho, foi um dos fundadores da SOBH, lembra que o equipamento estava em situação precária. E acredita que a recuperação permitirá a frequência de maior público: “Trata-se de um lugar de lazer, convivência, pois é diverso, plural e múltiplo. Valoriza a cidade e resgata um patrimônio de muitas décadas”, diz o vice-prefeito, ressaltando a iniciativa do prefeito Alexandre Kalil de aplicar o dinheiro das compensações ambientais nos parques municipais.

Antes da inauguração, conta Lamac, várias plantas que estavam em vasos foram colocadas em partes mais altas de algumas árvores no entorno do orquidário.
Assim, dentro e fora, “o objetivo é pôr beleza e cor” na unidade de conservação.

Dupla inauguração


Bem em frente ao Orquidário do Parque Municipal, no Centro de Belo Horizonte, o visitante pode ler a placa de inauguração com os nomes do prefeito Oswaldo Pieruccetti, do diretor de Parques e Jardins, agrônomo Albert William Fraisse, e do então presidente da Sociedade Orquidófila de BH, Ézio S. Rubbioli. Curiosamente, há outra placa de quase 30 anos depois (23-10-1996) com patrocínio de um banco. Pelo sim, pelo não, vale o empenho de manter de pé uma instituição dedicada à preservação ambiental e cultivo de flores..