Uns são completamente apaixonados pela flor, outros consideram a atividade puro lazer e a maioria, sem dúvida, só enxerga beleza em cada pétala. As orquídeas encantam e têm uma legião de fiéis admiradores na capital sempre preocupados em aprender mais sobre o cultivo, apresentar suas plantas em exposições e fazer amigos em animados bate-papos sobre esse recorte da natureza. Para tornar mais amplo o universo colorido, perfumado e de formas variadas, a Sociedade Orquidófila de Belo Horizonte (SOBH), criada em 1949 e mais antiga em funcionamento no estado, está de casa renovada no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, com entrada principal pela Avenida Afonso Pena, no Centro. Custeada com recursos de uma compensação ambiental repassada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a obra está pronta e reinaugurada em junho.
Leia Mais
Parque interditado por surto de febre amarela será reaberto no BuritisSerra do Espinhaço vai ganhar parque estadualParques fechados em Nova Lima por surto de febre amarela são reabertos nesta segundaParque Municipal de Belo Horizonte completa 121 anos nesta quartaParque Nacional Cavernas do Peruaçu avança rumo ao reconhecimentoAtirador mata duas pessoas e fere outras três em bar de ContagemGuiada pela gerente de Parque Centro-Sul/Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, bióloga Tatiani Cordeiro Anunciação de Souza, a equipe do Estado de Minas visitou o espaço restaurado e pintado de verde, embora sem o toque final, pois o local será lavado para receber os vasos de flores sobre as bancadas. O coronel Euro adianta que serão colocadas no Orquidário do Parque Municipal cerca de 450 plantas de espécies diferentes. A recuperação faz parte do pacote de obras comemorativas dos 120 anos de BH, informa o vice-prefeito Paulo Lamac, admirador confesso das orquídeas.
CASCATA Em quatro meses de obra, na atual administração municipal, foram colocadas telhas especiais e próprias para filtrar a luz solar, trocada toda a parte elétrica, com instalação de novos holofotes nas partes interna e externa do prédio, refeita a parte hidráulica, pintadas as ferragens e alvenaria e trocados os vidros.
Outro destaque está na cascata que, além de embelezar, garante umidade ao ambiente, informa Tatiani. Ela conta que a cascata, com espelho d’água no entorno, recebeu um novo sistema de bombeamento de água e receberá flores sobre as pedras, como avencas, bromélias, samambaias e, claro, orquídeas e todo o piso, foi impermeabilizado, para evitar infiltrações.
Além desses complementos, acrescenta Tatiani, serão revitalizados os jardins externos e recompostos, com plantas, canteiros internos. Ao lado do orquidário está o auditório do Parque Municipal, também restaurado e onde, toda quinta-feira, às 20h30, são realizadas as reuniões da SOBH. Colado nos dois espaços, fica o posto de atendimento da Guarda Municipal. Para os visitantes, o melhor acesso é pelas avenidas Andradas e Ezequiel Dias.
GERAÇÕES Entusiasmado com a história do orquidário, inaugurado em 12 de dezembro de 1966, o vice-prefeito Paulo Lamac, cujo bisavô, João Lamac Filho, foi um dos fundadores da SOBH, lembra que o equipamento estava em situação precária. E acredita que a recuperação permitirá a frequência de maior público: “Trata-se de um lugar de lazer, convivência, pois é diverso, plural e múltiplo. Valoriza a cidade e resgata um patrimônio de muitas décadas”, diz o vice-prefeito, ressaltando a iniciativa do prefeito Alexandre Kalil de aplicar o dinheiro das compensações ambientais nos parques municipais.
Antes da inauguração, conta Lamac, várias plantas que estavam em vasos foram colocadas em partes mais altas de algumas árvores no entorno do orquidário.
Dupla inauguração
Bem em frente ao Orquidário do Parque Municipal, no Centro de Belo Horizonte, o visitante pode ler a placa de inauguração com os nomes do prefeito Oswaldo Pieruccetti, do diretor de Parques e Jardins, agrônomo Albert William Fraisse, e do então presidente da Sociedade Orquidófila de BH, Ézio S. Rubbioli. Curiosamente, há outra placa de quase 30 anos depois (23-10-1996) com patrocínio de um banco. Pelo sim, pelo não, vale o empenho de manter de pé uma instituição dedicada à preservação ambiental e cultivo de flores..