A família mais ilustre o zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha, soprou velinha ontem para comemorar o aniversário de 1 ano do gorilinha Ayo (nome de origem nigeriana cuja pronúncia é “Ayô” e significa alegria). O mais novo de três irmãos ganhou de presente biscoito especial e um carinho enorme dos visitantes. Com família crescendo e sendo criada, para os próximos anos, a missão é pensar numa nova casa para os filhotes machos, que dentro de dois a quatro anos devem começar a deixar o lar belo-horizontino.
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Quem também teve sorte foi o capixaba Breno Amorim, de 12 anos, que passeava em companhia do amigo mineiro Kesley Henrique, de 15, e do pai, o gerente administrativo Silvano Gonçalves, de 40. Eles viram o aniversariante no último momento, quando a família se reunia para deixar a área externa e descansar dentro de casa. Em agosto, Breno visitou o local quando Ayo era apenas um bebezinho. “Ele era do tamanho da minha mão eu acho. É muito legal vê-lo crescendo”, disse. Kesley também ficou impressionado, pois na última vez que tinha ido ao zoológico havia apenas as fêmeas e Leon.
O gerente do jardim zoológico, Humberto Mello, ressalta que o primeiro ponto do contrato firmado com duas instituições europeias é a confiança para manutenção do grupo. As fêmeas Lou Lou e Imbi vieram do Reino Unido (do Zoológico Howletts – Fundação Aspinall), o macho Leon (nascido em Israel) veio de Tenerife, na Espanha (do Zoo Loro Parque).
A preocupação atual do zoológico de BH e das instituições parceiras é o fato de o grupo ter quatro machos, que não poderão ficar juntos. Os filhotes devem sair quando tiverem entre 6 a 8 anos de idade. “Normalmente, na natureza, os machos saem do grupo”, conta. Provavelmente, segundo Mello, eles sairão para formar outros grupos em outros zoológicos ou na instituição inglesa, que conta com vários grupos.
Os gorilas vivem em grupos constituídos por cinco a 30 indivíduos, entre jovens imaturos, fêmeas e seus filhotes, liderados por um macho adulto dominante. Esse é facilmente reconhecido por apresentar as costas cinza-prateadas, denominado silverback.
Na natureza, esses animais saem do grupo no qual nasceram quando atingem a maturidade sexual. Os machos podem formar grupos de solteiros ou ficar solitários até encontrarem fêmeas para constituir seu próprio grupo. Para as fêmeas, essa migração se dá por volta dos oito anos e, a partir dos 11 anos para os machos.
37 anos de solidão
Durante 37 anos, o gorila Idi Amin (foto) foi o único animal de sua espécie em cativeiro na América do Sul. Principal estrela do zoológico de Belo Horizonte até sua morte – em 7 de março de 2012, durante um procedimento para tratamento de saúde –, ele ganhou a companhia de duas fêmeas, Imbi e Kifta, seis meses antes de falecer, aos 38, numa iniciativa internacional para incentivar a reprodução em cativeiro, que terminou não ocorrendo. Idi Amin pertencia à subespécie Gorilla gorilla gorilla, que vive originalmente em florestas tropicais, principalmente da África Central, em regiões baixas e quentes, próximas a rios e alagados. Chegou ao zoológico de BH com dois anos, em 1975, junto com uma fêmea chamada Dada, que morreu três anos depois vítima de infecção generalizada. Em 1984, ele recebeu nova companheira, Cleópatra, procedente do zoológico de São Paulo, mas a gorila chegou à capital mineira com desidratação e diarreia e morreu duas semanas depois.
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