O reajuste de 88% da tarifa do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte será escalonado, com previsão de aumento máximo de 30% este ano. Previsto para entrar em vigor amanhã, o aumento deve ser adiado. A informação é do coordenador da bancada mineira no Congresso Nacional, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), que na noite desta quarta-feira recebeu ligação do presidente Michel Temer (PMDB) confirmando que a reivindicação dos parlamentares do estado para o parcelamento da recomposição tarifária será atendida.
A proposta da bancada mineira, de acordo com o deputado, é de que o aumento deste ano fique entre 25% e 30%, e que seja aplicado apenas no segundo semestre. As demais parcelas, que poderiam ser mais duas ou três, ainda dependeriam de um índice a ser calculado pelo Ministério das Cidades. Os parlamentares mineiros esperam que o ministro Baldy anuncie ainda hoje como vão ficar os reajustes.
Desde que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) anunciou o aumento de 88% na tarifa do metrô de BH, na segunda-feira, além dos protestos de usuários, o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro) representou no Ministério Público Federal (MPF), questionando o novo valor, considerado abusivo. O MPF ainda não se posicionou em relação a questão. Na manhã de hoje, o Ministério Público Estadual, por meio do Procon, deu início a um procedimento para apurar se o reajuste é abusivo. Parlamentares estaduais e municipais também se mobilizaram para representar no MPE contra o aumento.
À tarde, antes da reunião com a bancada mineira, por meio de nota, o Ministério do Planejamento informou que não se trata de uma decisão da pasta o parcelamento e adiamento da recomposição da tarifa. “É um diálogo em conjunto com Ministério das Cidades, o Conselho de Administração da empresa, com a participação do Ministério do Planejamento. A decisão final cabe ao Conselho”, disse o comunicado, que destacou que o ministro Esteves se demonstrou favorável à possibilidade de escalonamento. À noite ninguém foi encontrado no ministério para confirmar se as reivindicações da bancada mineira serão atendidas.
Segundo o deputado Fábio Ramalho, o ministro Colnago entendeu que um aumento desse porte vai penalizar o orçamento de mais de 200 mil pessoas que utilizam o metrô diariamente na capital mineira e Contagem.