Quase cinco anos depois, os homens apontados como os assassinos do advogado Jayme Eulálio de Oliveira estão sendo julgados. O crime aconteceu em outubro de 2013 no Bairro Castelo, na Região da Pampulha. A vítima foi morta com mais de 30 tiros de fuzil na porta de casa. A morte teria sido encomendada pela organização criminosa para cobrar R$ 100 mil pela defesa de ladrões de um posto de gasolina. Segundo as investigações, a vítima pediu o valor, dizendo que atuaria para livrar os criminosos da cadeia, mas não conseguiu evitar as prisões.
Estão sendo julgados desde a manhã desta quinta-feira Warley Miranda de Oliveira e
Gilmar Miranda Correia. Outra ré do caso, também seria julgada, mas a defesa dela conseguiu um recurso na Justiça, segundo a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette. O júri está sendo presidido pelo juiz Pedro Câmara Raposo Lopes. O promotor Francisco Santiago representa o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Testemunhas já foram ouvidas durante a sessão. Os réus também vão prestar depoimentos. Em seguida, será realizado o debate entre defesa e acusação. Em seguida, o conselho de sentença vai se reunir para analisar o caso. Não há previsão para o término do julgamento.
O caso
O crime ocorreu em outubro de 2013. Quando Jayme parou seu Ford Fusion na entrada da garagem do prédio onde morava, na Rua Cecília Fonseca Coutinho, foi surpreendido pelos criminosos. Com a conclusão do inquérito da Polícia Civil, seis pessoas foram indiciadas e tiveram mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Gilmar e Warley foram presos.
A desavença entre a quadrilha e o advogado, segundo as investigações, teria começado depois de um assalto a um posto de combustível, em outubro de 2013. Por causa desse crime, a quadrilha procurou Jayme para livrar o grupo da prisão. Nas negociações, a vítima pediu R$ 100 mil para libertá-los. O valor chegou a ser pago pelos criminosos, mas o advogado não teve sucesso na defesa. Por isso, o grupo teria armado uma emboscada para assassinar o homem.
Segundo a Polícia Civil, um integrante do grupo ameaçou o advogado e pediu a devolução do dinheiro. Porém, ainda segundo os investigadores, o defensor disse que não devolveria. A vítima foi surpreendida quando chegava em casa no início da noite. Imagens de câmeras de segurança coletadas pelos investigadores na época do crime revelaram dois homens usando capuz e disparando tiros de pistola e fuzil no carro em que estava o advogado.