Famílias que pegaram o metrô ontem para as comemorações do Dia das Mães sentiram no bolso o peso da nova tarifa, de R$ 3,40. Embora haja decisão judicial para que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) retorne com o preço anterior (de R$ 1,80), o reajuste de 88,9% está sendo praticado. Quem gastou quase o dobro do previsto já avalia pensar em outros meios de transporte caso o aumento permaneça. Expectativa é de que notificação determinando a suspensão do reajuste seja entregue hoje à CBTU.
A garçonete Silvana Ferreira Gomes, de 41 anos, saiu de Ribeirão das Neves, na Grande BH, com o marido Edinei Etelvino, de 35, e as filhas Jennifer Lopes, de 10, e Sabrina, de 15, rumo a Sabará, também na região metropolitana. Os R$ 20, que antes garantiam ida e volta do metrô, foram quase insuficientes. Sem contar as tarifas dos outros dois ônibus que completam a viagem – R$ 6,10 por passageiro do coletivo de Neves a BH e mais R$ 4,75, também para cada um, do outro que vai da capital a Sabará.
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PRF apreende carro roubado com 650 Kg de maconha na BR-262, em UberabaNo Dia das Mães, metrô a R$ 3,40 pesa no bolso dos passageiros em BHMesmo com decisão judicial, passagens do metrô de BH continuam a R$3,40Entidade cobra na Justiça R$10 milhões da CBTU por reajuste de passagem do metrô CBTU recorre para voltar a cobrar R$ 3,40 nas tarifas do metrôEm três dias de tarifa a R$ 3,40, metrô de BH arrecadou quase R$ 600 milDemora em atualização de catracas faz usuários pagar tarifa mais cara no metrô de BHJustiça notifica CBTU e tarifa do metrô de BH volta para R$ 1,80O motorista João Batista, de 44, trabalha perto de casa e, por isso, dispensa o transporte público. Mas a mulher, a operadora de caixa Marilene Moreira, de 41, costuma usar o metrô. Ontem, acompanhados da filha Maria Vitória, de 1 ano e cinco meses, também foi dia de fazer as contas. “É um abuso.
AÇÃO POPULAR A liminar foi concedida sexta-feira à noite pelo juiz Mauro Pena Rocha, da 4ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, e foi tomada numa ação popular proposta pelo deputado Fábio Ramalho (MDB/MG). No pedido, o autor da ação afirma que o aumento é ilegal e não observa a parte mais vulnerável da relação, o consumidor, que suportará o desembolso de quase o dobro do valor diário da passagem. O pedido aponta ainda ilegalidade no ato, uma vez que a “legislação de regência não autoriza o somatório de inflações reprimidas e o consequente repasse ao consumidor”.
Em sua fundamentação, o juiz Mauro Pena Rocha destacou o Código de Defesa do Consumidor, que prevê “a proteção contra práticas abusivas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”. “A moralidade administrativa é um dos princípios administrativos que devem ser observados pela Administração, e, numa primeira análise, repassar, de uma única vez, ao consumidor reajuste acumulado nos últimos 12 anos se mostra desarrazoado e não condizente com o princípio da moralidade administrativa.”
Nos guichês, é constante o questionamento sobre a permanência do valor de R$ 3,40. Os funcionários dão a mesma resposta que a CBTU repassou oficialmente, por meio de sua assessoria de imprensa: ainda não foi notificada. A reportagem do EM procurou a assessoria do Fórum Lafayette por telefone desde sábado de manhã para saber sobre os trâmites da notificação, mas até o fechamento desta edição ainda não tinha sido atendida..