O vírus responsável pela pior temporada de gripe desde 2009 nos Estados Unidos, onde infectou pelo menos 47 mil pessoas, provocou a primeira morte em Minas Gerais, segundo informe epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG). A vítima morava em Paraguaçu, no Sul do estado, e foi infectada pelo subtipo Influenza A (H3N2), o mesmo que ligou o sinal de alerta na América do Norte no início do ano. Além desse caso, a secretaria registrou morte causada pelo Influenza A em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, porém não foi especificado qual o subtipo de vírus infectou o paciente.
Quem não faz parte do público considerado prioritário pode procurar as doses na rede privada. Em contato com três laboratórios particulares espalhados por Belo Horizonte, a reportagem do Estado de Minas constatou que tem sido grande a busca por vacinação. De acordo com um dos estabelecimentos, a procura chega a 40 pessoas por dia, sem contar pacotes fechados com empresas. As clínicas também informam que disponibilizam os dois tipos do imunizante: trivalente ou tetravalente. O primeiro é vendido ao preço mínimo de R$ 80 à vista e máximo de R$ 85. Já o tipo mais abrangente é comercializado entre R$ 90 e R$ 125.
Todas as fórmulas, incluindo as aplicadas na rede pública, protegem contra o subtipo H3N2. O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES/MG, Rodrigo Said, ressalta que o vírus H3N2 circula no país há menos tempo. “O Influenza A (H1N1) circula no Brasil desde 2009. Já o H3N2, há aproximadamente três anos. Neste ano, é o vírus com maior circulação, mas vale ressaltar que no momento a disseminação do vírus é muito baixa. Mesmo assim, as pessoas devem procurar a vacinação, que é a principal medida de controle da doença”, disse.
O cidadão também deve ficar atento aos sinais de complicações causadas pelos vírus e procurar cuidados médicos. “A influenza pode trazer complicações secundárias importantes, como quadro de síndrome respiratória aguda”, completou.
A doença causa sintomas que se confundem com outras doenças virais e bacterianas. Manifesta-se, normalmente, com sintomas como febre, dores de cabeça, musculares e de garganta, tosse e fadiga. Se for associada com dificuldade respiratória, o quadro passa a ser considerado de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRGA), condição que matou os dois pacientes da atual temporada.
Casos do tipo aumentam a cada semana no estado. Até ontem, foram registrados 53 diagnósticos, aumento de 152% em relação ao último balanço divulgado, em 24 de abril. Do total, 33 pacientes foram infectados pelo vírus A (H3N2), cinco pelo A (H1N1), 12 por Influenza A sem subtipo definido e três pelo Influenza B.
Sob o lema “para enfrentar a Gripe, vacine-se”, o governo de Minas promoveu o Dia D da vacinação no sábado. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, a cobertura vacinal subiu de 37% para 43% com a ação. O objetivo é imunizar mais de 5 milhões de mineiros durante toda a campanha, que vai até 1° de junho. Até ontem, 2,1 milhões de pessoas pertencentes ao público-alvo foram imunizadas no estado, o que indica que 2,85 milhões ainda estão vulneráveis. Vinte e seis cidades apresentaram casos confirmados de influenza neste ano. Belo Horizonte e Mariana, na Região Central, são os municípios com mais infectados. Na capital mineira, 14 pacientes contraíram o H3N2, um o H1N1 e dois foram infectados por Influenza A sem subtipo identificado. Mariana teve três casos de H3N2 e um de H1N1.